quinta-feira, 1 de abril de 2010

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A dependência da internet

Decidi escolher este título para demonstrar a dependência que muitas pessoas, nas quais eu muito seguramente me incluo, têm relativamente à internet. A ideia para este post surgiu porque estou sem acesso à internet em casa desde a quinta-feira passada, coisa que de facto acaba por causar alguns transtornos... Não são transtornos muito grandes obviamente e até acaba por ser bom para libertar esta dependência aguda da net, mas de qualquer forma dava jeito ter uma ligação ao mundo!

A senhoria lembrou-se que estava a pagar telefone sem o utilizar e como tal decidiu compensar aquilo que ia poupar sem a componente do telefone na factura para aumentar a velocidade da ligação de 8 para 12 Gb. Assim à primeira vista, diria que foi uma boa ideia, já que no fundo ficaria a pagar o mesmo por mês, mas com um melhor serviço... Pelo menos a nível teórico este facto é 100% correcto! O problema é mesmo a aplicação prática da teoria... O resultado prático foi péssimo, já que aparentemente mudaram-lhe os dados de acesso e a net foi-se... E o problema é que as alterações não devem ter sido apenas ao nível dos dados de acesso, porque agora o modem nem dá sinais de vida! Já tentei trinta por uma linha para configurar o modem e por tudo a funcionar e nada... Ou eu muito me engano ou ela não podia pura e simplesmente abdicado da componente do telefone... E aquela malta da assistência da SAPO nem disso a avisou!... Sabe-se lá agora quando é que ela consegue resolver o problema!

O que é certo e sabido é que basta andar sem net um ou dois dias e uma pessoa começa-se a sentir um bocado desligada do mundo... Coisas tão simples como ler as notícias nos jornais, consultar o site do banco e fazer algum pagamento, consultar o email, estar na conversa com alguém pelo Messenger e tantas outras muitas vezes consideradas perfeitamente insignificantes, começam a fazer alguma falta quando não estão disponíveis! E só se dá mesmo pela falta delas quando acontece algo como isto e ficar sem acesso uns dias...

E estou a dizer isto e nem sequer tenho falta de acesso à internet na totalidade, já que no trabalho tenho isso à disposição... É óbvio que com outro tipo de condições, já que não é propriamente aceitável e produtivo que fique uma tarde inteira à conversa com alguém no Messenger, que ande a deambular a ler blogs ou artigos sobre temas que considero interessantes, a ver vídeos no You Tube ou outra coisa qualquer entre as imensas possibilidades existentes. O conforto entre poder estar em casa refastelado é completamente diferente de ter que estar noutro sítio qualquer!

Nos últimos anos, com excepção dos períodos de férias, em que eu desligava mesmo um bocado, acho que o único período que estive sem net durante muito tempo seguido, foi durante a estadia entre Fevereiro e Abril no Palm Beach, em Angola. É verdade que nessa altura andava algures perdido na Fossa das Marianas, tal não era a quantidade de trabalho, pelo que quando chegava a casa não queria de maneira nenhuma saber de internet... Preferia claramente descansar ou, nos dias em que conseguia chegar mais "cedo", estar a conviver com o resto da malta. Sem dúvida uma opção bastante mais saudável! Além disso, tal como agora, acabava por ter sempre acesso à internet no trabalho, tal como agora mas a uma velocidade consideravelmente mais baixa, pelo que nem me chateava muito... O que é certo é que eu pensava que tinha ficado em parte "curado" dessa dependência, mas afinal de contas uma pessoa acaba por se acomodar novamente e bastou começar a entrar na rotina à qual estava habituado antes e pronto: voltou esta necessidade básica novamente...

Vamos lá a ver se os esforços da senhoria em tentar resolver isto amanhã dão em algum resultado, mas estoue mesmo a ver que isto se vai prolongar durante mais uns dias de certeza absoluta.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Chocalhos Party 2009

Mais um ano, mais uma festa, mais uma ida à pacata aldeia de Alpedrinha para mais uma festa dos Chocalhos! Pequena correcção: aldeia pacata durante quase todo o ano, porque no fim de semana da festa de pacato é que aquilo não tem nada!

Depois de jantar em casa do primo Jorge, começou-se a combinar tudo. O Jorge e o João queriam vir cedo da festa, já que o Jorge ia para Leiria logo de manhã e o João lembrou-se de se inscrever numa prova de bicicletas logo às 8h da manhã de domingo! Há doidos para tudo... A prima Magda e o Bruno começaram-se a negar, o que é mais compreensível ainda, já que ir para uma festa daquelas com uma primita de pouco mais de um ano não é fácil... Mau, eu que até estava com ideias de ficar lá até tarde, já estava a ver o caso mal parado... E quem me conhece sabe perfeitamente que eu normalmente até costumo alinhar nestas coisas e raramente me corto... Quando eu me corto, das duas uma: ou não há companhia que queira alinhar ou então estou mesmo sem disposição nenhuma e nesse caso não vale mesmo a pena insistir muito...

Fumo branco à vista: a prima Ana e o Licínio estavam no mesmo comprimento de onda que eu e ainda se juntou a nós a amiga da Ana, a Telma, que entretanto também apareceu lá pela nossa terrinha. A este grupo de quatro, ainda se juntaram o Jorge, o João, a Bruna e o namorado, bem como mais malta da Covilhã... No entanto, não sei muito bem o que se passou, mas ou é impressão minha ou acho que o ambiente tem andado um bocado para o tenso... Eu tenho andado por Lisboa / Luanda nos últimos tempos, pelo que tenho andado meio desligado, mas já no último jantar a que fui com eles notei ali uns quantos atritos... Mas como não é disso que quero falar, nem seria isso que iria estragar a noite de festa que se adivinhava, adiante...

Um dos grupinhos estava formado e lá segui eu com a Ana, a Telma e o Licínio, o grupo que estava na disposição de ficar até mais tarde, e aí fomos nós A23 fora para percorrer os poucos quilómetros de distância que nos levariam ao outro lado da Serra da Gardunha. Ia tão embrenhado na condução e a ouvir um dos meus CDs preferidos da rainha da pop a alto e bom som, que nem me lembrei que era suposto estar a ser seguido por outro carro de malta conhecida da Telma e da Ana que não sabiam muito bem como chegar até à festa... Ops, só dei por isso quando estava a chegar à entrada dos túneis da Gardunha e tive de diminuir a velocidade para quase metade devido às várias câmaras / radares espalhados pelo túnel... Olhei pelos retrovisores e já só vi tudo escuro, sem qualquer sinal do outro carro que supostamente seguia atrás! Lá tive eu que levantar o pé do acelerador e fazer o resto da viagem com mais calma para lhes dar tempo de se aproximarem de mim novamente...

Ainda não tinha chegado a Alpedrinha e já se via a confusão do costume nesta festa... Carros, carros e mais carros estacionados de um lado e de outro da estrada, pessoas a circular a pé em direcção ao centro da aldeia e uma fila de trânsito ainda grande... Nunca mais vou pela autoestrada! Prefiro subir e descer a serra e não ter que atravessar a aldeia, já que afinal de contas acabei por deixar o carro na extremidade oposta, precisamente aquela que fica mais perto da minha terra e à qual teria ido logo dar se não tivesse pensado que ir pela autoestrada era uma vantagem! Depois de algumas voltas a tentar encontrar um lugar de estacionamento ali perto, acabei por desistir e enfiar-me para umas ruas mais estreitas, mais longe da confusão do centro e com vários lugares livres... Tivemos foi de andar cerca de 15 minutos a pé até chegar aonde queríamos, mas paciência...

A festa deste ano foi mais uma vez muito porreira, tal como a de anos anteriores, e valeu bem a pena: uma grande animação pelas ruas, ambiente tradicional recreado, lojas onde antigamente se guardavam animais para aquecer as casas transformadas maioritariamente em pequenas tascas ou exposições de artesanato, um bom ambiente de convívio. Tínhamos combinado encontrarmo-nos na parte mais alta da aldeia, junto a uma fonte, por ser normalmente uma zona menos frequentada e portanto mais fácil para um encontro entre todos. Mas desta vez saiu-nos o tiro pela culatra: pela primeira vez desde que vou à festa, a organização lembrou-se de ter um concerto no sábado e o local onde tínhamos combinado estava completamente apinhado de gente a ouvir Teresa Salgueiro!

Tivemos de subir ainda mais até ao Palácio do Picadeiro e só aí foi possível fugir à confusão instalada! Passado algum tempo lá nos conseguimos encontrar com o Jorge e com o João e fomos à procura de uma boa tasquinha! E assim começou o rali papper das tascas, mas também com ginja e jeropiga à venda a um preço a variar entre os 50 cêntimos e 1 euro, o que é que se estava à espera? Aquilo só não foi a desgraça completa porque estava a conduzir e como tal controlei-me... Eu até sou um gajo responsável neste tipo de coisas e começando pelo facto de poder ser mandado parar numa operação STOP à saída da festa e ficar sem carta de condução, ter um acidente ou, pior ainda, acontecer algo a mim ou às três pessoas que transportava comigo no carro, o melhor mesmo era ser moderado e foi o que aconteceu! Mas confesso que a jeropiga era desafiante e estava bem boa!

E assim foi até quase às cinco e meia da manhã: percorrer as ruas para trás e para a frente, parando aqui e ali para beber um copo, comer um pão com chouriço ou simplesmente cumprimentar alguém conhecido, sempre num ambiente de grande convívio e descontracção! Ainda por cima encontrei dois grandes amigos meus cuja amizade já vem dos tempos de liceu na Frei Heitor Pinto e ainda deu para combinar por alto uma jantarada para o fim de semana prolongado do 5 de Outubro!

Acho que a única coisa mais desagradável de toda esta noite foi mesmo o frio! Bolas, não ando propriamente habituado a um clima frio e ainda por cima apanhei com um mês de Agosto quente em França e com um início de Setembro igual em Portugal! A meio da noite começou a soprar um raio de um vento frio bastante desagradável, difícil de suportar para quem tem a mania que ainda estamos no auge do Verão, mesmo tendo uma uma camisola vestida como eu tinha... Uma vergonha foi ter-me esquecido da máquina fotográfica em Lisboa e não ter ficado com uma única foto que fosse para recordação!

Chegámos a uma altura por volta das cinco e tal da manhã em que o frio já convidava a entrar dentro de uma das pequenas tascas e ficar por lá abrigado... Juntando a isto o cansaço acumulado da noite, que convidava uma pessoa a sentar-se num qualquer sítio dentro da tasca onde houvesse um encosto, lá decidimos que se calhar estava na altura de ir embora...

Depois de uma valente caminhada até chegar novamente ao carro, lá fomos então a caminho de casa, não sem antes ter dado boleia a um amigo da prima Ana até ao Fundão... Deixei o Licínio em casa, depois a prima Ana e finalmente a Telma junto ao carro dela que estava estacionado perto da casa da primaça. Quer eu quer a Ana estávamos com algum receio em deixá-la ir sozinha: apesar de ela ter bebido alguns copitos de ginja, estava perfeitamente capaz e não tinha grande problemas por aí... Mas ainda tinha meia hora de viagem pela frente até a um fim do mundo chamado Atalaia, o que com o cansaço poderia não correr muito bem... Ela lá acabou por ir à vida dela e às 6h30 já estava a enviar uma mensagem a dizer que tinha chegado bem a casa, pelo que já toda a gente podia dormir descansada e ter direito ao devido descanso!

Depois de uma noitada destas, confesso que mal me deitei me arrependi profundamente de ter combinado ir almoçar a casa da tia Fátima... Fui obrigado a meter o telemóvel a despertar para ter a certeza que acordava e quando o telemóvel tocou ao meio-dia a avisar que estava na hora de acordar nem queria acreditar! Enfim, já tinha dito que ia, tive mesmo que me arrastar para fora da cama e encaminhar-me para um duche a ver se acordava! Foi sem dúvida um belo fim de semana! Chocalhos 2010, para o ano lá tentarei estar novamente!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Noite europeia na Luz

Quinta-feira 17 de Setembro de 2009, mais uma noite europeia na Luz: estou obviamente a escrever sobre mais um belo jogo do Benfica ao qual tive o prazer de assistir in loco no estádio da Luz, jogo esse que se traduziu em mais um boa exibição da equipa orientada por Jesus e na consequente vitória diante dos bielorrussos do FC BATE Borisov. Um resultado final de 2-0, que poderia ter sido bem mais dilatado não fosse a quantidade de golos desperdiçados pelos vários jogadores do Benfica ao longo de todo o jogo...

Contrariamente às duas semanas anteriores, marcadas por um grande aumento de stress e de carga de trabalho, durante esta semana as coisas têm corrido bem e em velocidade supersónica, o que me incentivou ainda mais a comprar bilhete para ir ver o jogo! Decidi comprar o bilhete através do site e para grande felicidade minha consegui comprar o único lugar disponível da fila da frente existente no sector que fica mesmo na zona da linha de meio campo da bancada central Meo. Espectáculo! Ainda tive um susto, já que demorei mais tempo que o suposto a concluir a operação e a transacção foi cancelada… Com a minha sorte, já estava mesmo a ver que alguém ia conseguir comprar o bilhete durante o tempo em que eu refazia a mesma sequência de passos, mas felizmente tal não aconteceu e consegui mesmo ficar com o lugar que queria! Como tal, cerca de 30 minutos, lá estava eu sentado a ver a parte final do aquecimento, os preparativos habituais dos jogos da UEFA, a entrada em campo dos jogadores e o voo da imponente águia até ao seu poiso.

Do jogo propriamente dito, destaco além da vitória categórica e totalmente justa, o esforço colectivo dos jogadores, que mesmo jogando sem muitos dos habituais titulares conseguiram impor-se sem grandes problemas. É claro que a magia da equipa apresentada por El Mago Pablo Aimar e a sua ligação de sucesso com El Conejo Saviola é completamente diferente daquela que existe quando estes jogadores não estão em campo, mas ainda assim o colectivo tem sido fortíssimo! E curiosamente os jogadores de que mais gostei nem sequer foram jogadores de ataque, muito pelo contrário: os defesas Super Maxi e David Luiz estiveram completamente intransponíveis: se o primeiro impressiona pela dedicação, esforço e entrega, mesmo vindo de uma recente lesão no joelho, o segundo impressiona pela grande classe a defender e pela excelente capacidade e qualidade técnica com que consegue sair a jogar com a bola dominada, aventurando-se com requinte no ataque! Duas pérolas a manter!

De destacar ainda nesta primeira jornada da fase de grupos da Liga Europa, antiga Taça UEFA, a introdução de mais dois árbitros nas equipas de arbitragem, designados por árbitros de linha de baliza… Seis árbitros no total, já é equivalente a mais de metade de uma equipa de futebol em campo... Devo dizer que, do que vi, não concordo absolutamente nada com estes dois novos árbitros e a razão é muito simples: parecem duas autênticas múmias, já que permanecem na mesma posição durante 90 minutos e praticamente não interferem em nada com as decisões do árbitro principal… A isto eu chamo “deitar areia para os olhos dos amantes do futebol”, já que de acordo com a UEFA a função principal destes dois novos árbitros é a de analisar os lances em que há dúvidas sobre a bola ter ultrapassado a linha de golo… Agora vai deixar de se jogar contra 15 e passa-se a jogar contra 17, já estou mesmo a ver…

Agora pergunto eu: em quantos jogos é que há lances deste género? Justifica-se assim tanto ter mais dois árbitros? Não era melhor, e já agora porque não mais fiável, instalar uns sensores na baliza à semelhança do que já acontece noutros desportos como o hóquei, por exemplo? Para quando a introdução de alguma tecnologia simples no futebol? No râguebi o jogo pára e a conversa entre os árbitros é ouvida pelo estádio inteiro, na natação, no ciclismo e no atletismo usam-se coisas como o photo-finish e cronometragens com precisões de milésimos de segundo, no hóquei há sensores nas balizas, no futebol há dois espantalhos adicionais para tentar auxiliar decisões…

É assim tão difícil introduzir algumas melhorias num desporto que movimenta milhões e milhões? Ah pois, esqueci-me de um pormenor importante: se isso acontecesse já não se poderia pagar a árbitros apenas com “fruta”, começava a ser mais complicado fazer manipulação de resultados e isso não iria de todo agradar aos clubes e selecções nacionais com maior riqueza, cada vez mais na posse de multi-milionários que usam o futebol como um bom método de lavagem de dinheiro… Nem sei como é que me esqueci desta razão... É capaz de ser do cansaço, pode ser que seja… É por estas e por outras razões que o futebol nunca deixará de ser um desporto pouco transparente, corrupto e muitas vezes injusto… E é também devido a coisas destas que, mesmo sendo derivado do futebol, o meu desporto de eleição passou a ser o futsal: mais disputado, mais técnico, maior incerteza nos resultados, tempo útil de jogo de 100%, muito menos erros de arbitragem, menos corrupção… Só espero é que, com o passar do tempo, os vícios e males do futebol não se enraízem neste seu desporto “filho” chamado futsal!

Nota final do dia: Um grande beijo de parabéns para os meus pais por mais um aniversário de casamento! Vinte e seis anos é realmente qualquer coisa de muito significativo nos dias de hoje, apesar de isso significar que eu próprio já tenho vinte e quatro anos...

Rotura do menisco

Ontem ao final da tarde podia ter tido a oportunidade de dar um grande suspiro de alívio, mas afinal de contas fiquei foi ainda mais apreensivo e com um dilema por resolver, dilema este que eu não sei se quero resolver nos próximos tempos... Um dilema que eu não queria de forma alguma e que se chama rotura do menisco no joelho direito.

Na sexta-feira passada fui à CUF Descobertas, no Parque das Nações, buscar os resultados da ressonância magnética e dos raio-x que tinha ido fazer ao joelho na semana anterior. Estava ansioso por ter a segunda consulta de ortopedia, na qual ia finalmente mostrar os exames e saber realmente o estado dos estragos no joelho... Com os raio-x tive azar, já que o envelope vinha completamente selado e não dava para abrir sem rasgar. No entanto, com o resultado da ressonância tive sorte e consegui dar uma espreitadela inicial, já que apenas vinha selado de lado e não por cima, o que me permitiu retirar a folha com o relatório médico e ler os resultados.

Apesar de não perceber mais de metade dos termos técnicos escritos, fiquei bastante optimista com o que li, já que todos os termos relacionados com menisco e ligamentos me pareceram estar associados a palavras animadoras tais como "intactos", "consistente", "insignificantes", entre outras coisas do mesmo género... Tudo isto deixou-me convicto de que nem tudo estaria bem, já que caso contrário não haveria motivos para continuar a ter dores de vez em quando e sempre que faço um esforço maior ao praticar desporto, mas que pelo menos não seria nada de grave relacionado com os ligamentos ou com o menisco, que tinha sido a suspeita inicial do ortopedista na primeira consulta ao fazer-me alguns movimentos de rotação com o joelho...

Ontem lá tive eu que fazer uma pausa no trabalho para ir à consulta às 17h30 na CUF de Alvalade e, depois de algum tempo de espera, lá entrei para a consulta e ouvir um diagnóstico completamente contraditório ao que eu esperava... Confirmou-se o pior cenário e aquele que tinha sido a suspeita inicial do médico: rotura do menisco... É no que dá um gajo por-se a olhar e a ler o que não percebe, criando expectativas a partir de conclusões precipitadas e erradas! Confesso que já não estava nada à espera de ouvir um diagnóstico destes...

O médico leu o relatório, observou as imagens do raio-x e da ressonância magnética e lá começou então a explicar-me o problema, recorrendo às próprias imagens dos exames e fazendo um desenho rápido a partir de uns rabiscos... Num dos lados do menisco, já nem sei se do lado exterior se do lado interior do joelho, notava-se uma ligeira falha, sendo esse o local da rotura... Uma pequena falha num local em que o menisco não está aderente ao osso, não conseguindo cumprir assim missão para o qual, usando as palavras do médico, Deus Nosso Senhor o criou quando viu a estupidez que fez ao perceber que os ossos não podiam pura e simplesmente encaixar um no outro sem nada a auxiliar... Ao não cumprir a sua função faz com que os ossos se toquem entre si sem qualquer tipo de esponja entre eles, conduzindo a um desgaste dos ossos e provocando dores... Estão assim mais que explicadas as ligeiras dores sentidas ao andar demasiado rápido, ao fazer alguns remates mais violentos no futebol, mudanças de velocidade repentinas ao correr e ao caminhar em terrenos mais acentuados, tal como aconteceu durante as caminhadas pela Serra do Gerês...

Qual foi então a sugestão do médico? Pior a emenda que o soneto: se eu já não estava propriamente animado, mais desanimado fiquei... Ele disse-me que se fosse ele nem mexia em nada e deixava andar assim, a menos que isso fosse impeditivo para o meu dia a dia e para a prática da minha actividade desportiva normal... A partir do momento em começasse realmente a ser muito incomodativo, então aí sim partiria para uma simples intervenção cirúrgica chamada artroscopia... A naturalidade com que o gajo me deu esta solução até me tira do sério... Uma simples intervenção cirúrgica diz ele, mas com um longo período de recuperação associado... Senão vejamos: uma a duas semanas de imobilização completa e repouso em casa, no mínimo dois meses de paragem desportiva e muita fisioterapia para recuperar mobilidade e massa muscular...

A minha decisão temporária é deixar ficar tudo como está, eventualmente pedir opiniões de outros ortopedistas e evitar fazer esforços exagerados ou desnecessários durante os próximos tempos... Mas a tendência disto é mesmo ir agravando, pelo que tenho de me mentalizar que mais tarde ou mais cedo lá terei de passar por esse calvário... Não são dores de todo insuportáveis, muito longe disso e isso só aumenta o meu nível de indecisão! E aqui surge o maldito dilema: isto já anda assim desde Novembro e ainda não consegui decidir se quero antecipar a operação e resolver isto de uma vez por todas ou se hei-de continuar a adiar por tempos indeterminados, tendo consciência que um adiamento poderá agravar mais a lesão e consequentemente implicar uma recuperação ainda mais chata... Se calhar até era preferível ter dores mais intensas, já que isso me iria forçar a tomar uma decisão mais rápida...

Agora sim, depois de um diagnóstico destes, fico realmente com uma pontinha de raiva a Sangano, já que afinal de contas foi lá que arranjei esta pequena "brincadeira", logo na primeira internacionalização nessa fabulosa praia... Mas só uma pontinha de raiva mesmo, porque apesar de tudo não é suficiente para esquecer os bons momentos lá passados, em qualquer uma das idas até lá!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

FRM-40654

FRM-40654 Record has been updated by another user. Re-query to see change. Até tenho pesadelos só de me lembrar desta mensagem de erro... Calafrios, só de ter escrito a mensagem de erro completa... Diria que, muito provavelmente, qualquer pessoa que já tenha trabalhado com Oracle Forms sabe perfeitamente que mensagem é esta e do que eu estou a falar...

Mas como não é o escrever sobre isso que me assusta, ainda por cima quando o problema já está resolvido, decidi escrever um pouco sobre o maldito erro que me atormentou ao longo de toda a última semana, desde a quarta-feira passada...

Sinceramente, começo a ficar com água pelos cabelos destes entalanços puros! Algum dia, em vez de submergir na água completamente, faço um último esforço para não me afogar, dou umas braçadas mais fortes e consigo sair da água... Para bom entendedor, esta analogia deve ser bem perceptível... Mas é que se alguém pensa que eu vou aturar isto durante muito tempo está bem enganado...

Primeiro foi aquele entalo que começou em Janeiro e que se agudizou profundamente durante a estadia de nove semanas em Angola... Na parte final destes tempos difíceis eu já tinha lançado o aviso que a coisa ia correr mal caso eu tivesse a mínima suspeita de que esta situação se iria voltar a repetir... E infelizmente parece que está mesmo a começar a acontecer: numa altura em que se começa a aproximar a passos largos a data da segunda entrada em produção, venho eu de férias e começa logo a ser a mesma coisa, pelo menos para mim! Basta vez que, durante mais de metade dos meus dias de trabalho das últimas semanas, a minha hora de saída variou entre as 23h e as 2h...

E depois, há outra coisa que me irrita profundamente nisto tudo... Durante o mês de Julho, houve uma reunião com a malta toda da equipa que estava em Luanda, em que o tema de conversa foi basicamente pressionar toda a gente a sair a horas decentes, ou seja, por volta das oito, nove da noite, mesmo que isso implicasse adiar prazos e por aí fora... Eu e alguns colegas meus fomos especialmente visados nessa mensagem transmitida. Mas agora digo eu: o requisito básico para que isto possa ser garantido começa por garantir que não há prazos irrealistas para cumprir, caso contrário sair à hora indicada é pura utopia e apenas "fica bem dizer"... Ninguém me venha cá com histórias, porque se não fosse esse esforço a mais, também é com toda a certeza que não tinham as coisas prontas a tempo para mostrar... E o que me irrita mesmo é este pau de dois gumes, já que num dia uma pessoa leva na cabeça e é pressionada para sair mais cedo e, no dia seguinte, é questionada e pressionada sobre o trabalho estar pronto num prazo que era manifestamente irrealista...

E o que me aconteceu agora foi mais ou menos o mesmo, já que ontem levei um autêntico raspanete por telefone para me forçar a sair mais cedo... É caso para citar aquela frase do Marco no primeiro Big Brother e que tantas vezes foi ouvida no projecto, provocando sempre grande risota: olha que que #*$*?!#... É verdade que tive imensos problemas, que me fartei de partir pedra e bater com a cabeça devido a este erro que surgiu constantemente durante o desenvolvimento deste form e que tudo isso me acabou por me atrasar... Mas também é preciso considerar que não tenho propriamente muita experiência na tecnologia, já que foi apenas o meu segundo form (e o primeiro foi tão simples que nem devia contar) e que, além disso, este form seguiu um conceito bastante diferente de todos os outros que já tinham sido implementados por nós neste projecto... Adicionando a tudo isto o facto de o mestre dos forms do projecto ter dado uma orientação de três semanas necessárias para o conjunto do desenvolvimento e respectivos testes, resta-me dizer que eu demorei uma semana e meia no total e não tenho o menor orgulho nisso...

As coisas são como são e não há milagres! As possibilidades para que se possa fazer a mesma coisa em menos tempo não são muitas: ou é algo realmente muito simples e que segue um padrão já existente de forma a conseguir-se fazer tudo mais rapidamente ou então é uma situação de imensas horas a mais tornando-se um entalanço... Infelizmente para mim foi este último cenário que aconteceu, já que se não tivesse ficado até altas horas durante vários dias seguidos provavelmente teria demorado as tais três semanas, prazo esse que julgo eu ser completamente incomportável no contexto do projecto e relativamente a tudo o que falta ainda fazer...

E esta aposta na rotatividade de tarefas, apesar de eu ter sido dos primeiros a concordar com ela, também não tem corrido propriamente bem... A ideia base é boa e seria excelente se conseguisse ser cumprida tal como previsto, já que permitiria a cada um de nós sair da sua área de expertise adquirida ao longo do último ano e adquirir novos conhecimentos; seria bom para o projecto porque deixaria de estar tão dependente de determinadas pessoas em determinadas áreas; seria bom para a própria empresa porque teria mais pessoas homogeneizadas e a saber fazer as mesmas tarefas... No entanto há uma coisa essencial que coloca isto tudo em questão: a logística e as dificuldades associadas ao facto de haver malta em Luanda e em Lisboa!

A ideia desta rotatividade seria a malta estar junta e evitar estas muitas pancadas com a cabeça, já que no caso de existirem dificuldades a pessoa que mais domina a área estaria logo ali para ajudar... Mas assim é mesmo quase impossível, por muito que se tente! E se agora me aconteceu a mim, poderá também no futuro acontecer a alguém que esteja em Luanda, se eventualmente surgir algo mais complicado relacionado com tarifação e que necessite de maiores conhecimentos na área... Ou seja, aquilo que no fundo acontece é que, em vez de se reaproveitar e maximizar o conhecimento já existente, em parte adquirido a custo de experimentar e bater com a cabeça, parte-se muita pedra novamente e demora-se mais tempo...

Mas como estou a divergir um bocado da ideia inicial deste post, o melhor mesmo é retomar o tema: lá consegui finalmente resolver o meu problema técnico chamado FRM-40654 à custa de muita dinamite para partir pedra, muito pensamento lógico acompanhado também de muitas correcções obtidas à base de tentativa-erro, muitas mensagens de erro para debug e uns quantos post; e execute_query; colocados nos sítios certos... No entanto, apesar do título do post, não o quero de maneira nenhuma transformar em algo técnico, portanto se alguém passar pelo mesmo problema, lembre-se de não estar a fazer atribuições indevidas a variáveis, de não alterar em procedimentos ou packages variáveis visíveis no form sem ter os devidos cuidados e de fazer os post; necessários para guardar os dados do form e os respectivos execute_query; para carregar a informação actualizada... E como diria o outro da praia de Matosinhos, et voilá!...

Enfim, já chega de revolta e destas escritas em que parece que não faço outra coisa além de me lamentar! Mas o que é certo é que tenho tido muito menos tempo livre para mim... E isso até a nível de posts no blog se vê reflectido, já que basta comparar o número de posts dos últimos meses e o número de posts que já consegui escrever em Setembro...

E para terminar, sendo hoje dia 10, não posso deixar de enviar novamente um grande beijinho de parabéns, especialmente carimbado com uns quantos S's, para a Patanisssca! :)

sábado, 5 de setembro de 2009

O fim da aventura angolana

Começo este post com uma novidade que tem tanto de inesperada como de bombástica: embora não com o desfecho que eu esperava ou que eventualmente tinha planeado, a minha aventura angolana chegou ao fim!

Depois de tudo o que aconteceu na parte final da minha última estadia em Angola, em que fiquei uma semana retido sem passaporte e com todas as consequências que isso teve no meu regresso a Portugal, nas minhas férias e no próprio projecto, poder-se-ia pensar que eu me fartei de vez e que isso me levou a bater de vez com a porta no que diz respeito ao tema Angola... Puro engano!

Não deixa de ser verdade que, na altura, stressei imenso com o que estava a acontecer e que, se porventura tivesse sido colocado de alguma forma entre a espada e a parede quanto a decidir se queria ou não voltar mais alguma vez a Angola, a minha resposta teria sido peremptória... Seria um NÃO VOLTO com todas as letras bem pronunciadas e com toda a convicção!!! Aliás, cheguei a comentar isso mesmo com muita gente com quem falei na altura, reforçando a ideia de que não era o (muito) trabalho que me ia desgastando de forma mais acelerada mas sim todas as questões logísticas associadas a estadias em Angola... De facto, este tema do passaporte foi apenas a gotinha de água que faltava...

Contudo, e apesar de ter inclusivamente ter referido aos chefes mais directos que com condições assim estava a perder a vontade de regressar, também acabei por dizer que já só queria era sair dali e que não ia tomar uma decisão precipitada e com os nervos à flor da pele. No meio de tanto stress e inquietação, ainda consegui resgatar um pingo de lucidez e bom senso... A situação lá se resolveu passado uma semana, tentei recuperar no que pude os estragos causados pelo atraso, fui de férias e lá fui meditando com calma sobre o que iria fazer e decidir quanto ao tema quando regressasse ao trabalho...

Durante todos estes pensamentos, de forma calma, consciente e ponderada, cheguei à conclusão que não me importaria de voltar a Angola, desde que algumas condições relativas a logística fossem melhoradas e com uma condição extra que considerei ponto de honra para que isso acontecesse: nunca mais de trinta dias seguidos, para que o passaporte nunca, mas nunca mais, saísse da minha posse enquanto eu estivesse em Angola! De resto, não tenho propriamente muito que me prenda a Lisboa, gosto das pessoas com quem trabalho, gosto do projecto e não desgosto completamente daquele país, portanto não me chatearia muito em regressar novamente desde que algumas restrições fossem cumpridas...

Aproveitando uma ida a Lisboa durante a última semana de férias para ir ao dentista e à consulta de ortopedia por causa do joelho, desafiei o manager para um café e falarmos do futuro... A conversa foi pacífica e correu bem, durou cerca de uma hora e não foi propriamente díficil chegar a um acordo quanto ao meu regresso. Uma vez negociados os trinta dias de estadia máxima que que queria garantir, apenas referi depois os outros temas com os quais também já "fervi" (eu e muita gente...), no sentido de os tentar ver resolvidos ou minimizados pelo menos. A única alteração face ao previsto seria viajar dois dias mais tarde, dia 9 em vez de dia 7, devido à segunda consulta de ortopedia em que iria mostrar os exames...

Apesar da logística naturalmente complicada associada a Angola e sobre as quais nenhum de nós tem controlo, há também muitas outras coisas que julgo estarem ao nosso alcance e é precisamente essas que temos que garantir que são religiosamente cumpridas de modo a não falharem... Coisas como ninguém saber de um recibo de prorrogação do visto de um passaporte, colocarem uma pessoa a saltitar de casa em casa estilo nómada, deixarem alguém "perdido" numa casa durante imenso tempo sozinho, não mudarem uma pessoa para outra casa quando há algum problema na casa em que se está havendo lugar noutras e por aí fora, não faz definitivamente parte da muito apregoada "experiência angolana" que serve para desculpar qualquer falha que aconteça... Eu chamava-lhe antes incompetência de alguém, extrema desorganização, falta de controlo ou pura e simplesmente um "estou bem, quem vier atrás que se desenrasque"... E é precisamente este o ponto-chave daquilo que é necessário resolver para garantir condições: cumprir e garantir tudo o que está do nosso lado da barricada e esperar que o que está do outro lado não falhe... Quando o outro lado falhar, aí sim já se pode começar a falar na dita experiência angolana...

Continuando: volto de férias e ainda estou a tentar entrar no ritmo de trabalho novamente, quando recebo um telefonema da secretária que habitualmente trata dos vistos para ir lá falar com ela... Fui ter com ela e, ao chegar lá, qual não é o meu espanto quando ela me mostra o passaporte e me diz que não só o visto tinha sido recusado, como também teria que ir a uma audiência no Consulado de Angola em Lisboa... Pensando bem, não fico assim tão surpreendido, já que depois de tudo o que se passou em Luanda, o meu nome deve ter ficado numa espécie qualquer de lista negra... Nunca me passou foi pela cabeça que eles pudessem ter tudo tão interligado... Ou então foi simplesmente mera coincidência e obra do acaso, sem ter qualquer relação com o que aconteceu, coisa que eu duvido muito porque parvos eles também não são...

Tendo em conta tudo o que já tinha acontecido e também na sequência desta recusa na atribuição do visto por parte do Consulado, a decisão do chefe no contexto do projecto foi a de que eu não iria voltar a regressar a Angola... Fui completamente apanhado de surpresa e ainda levei algum tempo a interiorizar esta decisão, que me causou imensos sentimentos contraditórios... Se por um lado fiquei feliz por assentar pés em terras de lusas, por outro lado não tenho muito que me prenda a Lisboa ou até mesmo a Portugal e não me importaria muito em regressar... Além disso, acabou por ser uma despedida de Angola muito pouco pacífica, carregada de mágoa, raiva e revolta... Não foi a despedida que eu planeava tendo em conta que foi quase um ano neste vaivém constante e em que, feitas bem as contas, acabo por ter mais tempo de Luanda que de Lisboa... Confesso que fiquei um pouco desapontado com a chegada ao fim deste ciclo desta forma tão repentina e da forma como aconteceu... Foi mau a todos os níveis, desde a nível pessoal como profissional...

Um dos principais motivos que esteve na base da minha decisão em regressar a Angola mesmo depois de tudo o que aconteceu foi, sem sombra de dúvidas, a fantástica equipa de trabalho que está no projecto... Mais do que sendo colegas de trabalho, mais que o excelente profissionalismo que todos têm vindo a demonstrar ao longo do projecto, estas pessoas têm-se revelado grandes amigos, algo que o facto de se estar em Angola acaba por ajudar a reforçar ainda mais. Só uma óptima relação entre todos poderia garantir o sucesso nos períodos mais conturbados de trabalho, a partilha de casas e até mesmo de quartos, os longos períodos passados fora de Portugal e longe de quem nos é mais querido, e todos os muitos outros factores que julgo serem em parte minimizados por esta grande união existente.

Não sei quem foram as pessoas responsáveis por formar esta equipa mas na minha opinião saiu-lhes a sorte grande quando o fizeram! E digo isto na sua globalidade e por todos os que de certa forma foram deixando a sua marca desde o início, mesmo considerando as saídas e entradas de alguns elementos que aconteceram pelos mais diversos motivos... Se me perguntassem para indicar alguns factores de sucesso para este projecto, de certeza que não me esqueceria de referir esta questão da equipa! Tal como já foi dito à algum tempo, frases como "somos uma família..." ou "isto noutro projecto já andava tudo à pancada uns com os outros e já ninguém falava com ninguém..." acho que acabam por reforçar e demonstrar bem esta união.
Naturalmente, cada pessoa acaba por ter maior proximidade com algumas pessoas do que com outras, mas analisando tudo com atenção nota-se que no geral esta união acontece.

Além deste aspecto de carácter mais pessoal, também a nível profissional me sinto um bocado a regredir... É verdade que continuo e vou continuar a trabalhar no mesmo projecto até ao fim desta fase, mas para mim não é de todo a mesma coisa... Afinal de contas, a acção e a essência deste projecto está em Angola, não está em Portugal... Por muito que se tente querer pensar que acaba por ser igual, que há comunicações de satélite, emails e telefonemas diários, etc., as coisas não são de forma alguma equiparáveis... É completamente diferente ter uma dúvida e ter uma equipa quase completa ao lado para debater o tema, vir um utilizador pedir ajuda porque não consegue fazer algo, ter um erro qualquer em produção a precisar de um ATEC urgente no final do dia, ter passagens de novos desenvolvimentos para outros ambientes, enfim tudo...

É óbvio que vou estar a trabalhar no projecto, mas será numa perspectiva em que praticamente estou focado naquilo que tenho destinado fazer, perdendo um bocado a noção de todas as outras coisas que possam estar a acontecer à volta... Isto é como meterem um saco de rebuçados nas mãos de uma criança e depois deixarem-na ficar apenas com um rebuçado dando como justificação que muitos rebuçados fazem mal aos dentes e à barriga... Ou então é como ganhar balanço para subir ao topo de uma montanha e passar para o outro lado e não se conseguir, acabando por descer a rebolar o caminho já percorrido...

O título deste post demonstra não só o fim deste ciclo, mas também o fechar da porta a eventuais ciclos futuros que possam estar relacionados com a Angola, independentemente de este ser um país que cada vez mais tem sido aposta não só desta empresa mas também de muitas outras... Depois de ter estado quase um ano em Angola, depois de ter participado num projecto desta dimensão, de ter estado envolvido praticamente desde início no nascimento deste sistema core de seguros e ter presenciado a entrada em produção a rebentar de orgulho por todo o esforço por nós realizado, depois de ter estado lá com uma equipa assim, diria que a partir de agora fecho completamente a porta a Angola... Se momentos antes escrevi a palavra regredir, também sei que dificilmente poderá haver um novo projecto desta dimensão e com uma equipa destas em Angola, pelo que voltar nessas condições mais diminutas seria isso sim a verdadeira regressão...

É verdade que saí com raiva e a desejar ver aquilo tudo atrás das costas, saí ainda com muito trabalho para o projecto por fazer, saí com alguma mágoa por sentir que me cortaram as pernas por diversas vezes no meio desta embrulhada toda, saí devido a estúpidas questões logísticas cujas responsabilidades estão dispersas por muitos sítios e muita gente, saí sem cumprir um dos objectivos pessoais que seria conhecer um pouco mais a realidade angolana fora de Luanda, mais concretamente as províncias do Lubango e do Namibe, saí... Saí! Ainda me custa a acreditar que saí...

Mas uma coisa também é certa: saí e não quero de forma alguma regressar, acabou-se! É definitivamente o fim de um ciclo e o fim de uma aventura angolana que teve os seus momentos maus e os seus momentos bons, dos quais eu apenas quero recordar os bons quando no futuro me lembrar desta experiência e desta etapa. Quanto aos maus, servem apenas para demonstrar que venci e ultrapassei muitos desafios em conjunto com muita gente e também para aprender e retirar algumas lições com os erros que se verificaram no passado para que não se voltem a repetir no futuro...

Este é talvez o meu maior post de sempre e com apenas texto, sem qualquer imagem... Ainda pensei colocar uma imagem simbólica para concluir tudo, mas cheguei à conclusão que não conseguia escolher a foto... Sem maca... Pronto!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Goleada à moda antiga

Avassalador! Demolidor! Um autêntico cilindro chamado Sport Lisboa e Benfica que estendeu e esmagou um muito frágil Vitória de Setúbal no tapete da liga portuguesa de futebol... Uma autêntica goleada à moda antiga como à muito não se via na Luz!

Sendo o jogo da terceira jornada à segunda-feira e estando eu em Lisboa, já tinha decidido que iria ver o jogo ao estádio à algum tempo. Quando o primo Jorge me diz que ia estar em Lisboa de férias com as irmãs e com o Nelson durante essa semana, isso incentivou-me ainda mais a ir ver o jogo e lá acabou por ir a prima Xanita à casa do Benfica do Fundão comprar os cinco bilhetes...

Foi sair do trabalho e ir direitinho para o estádio, sem sequer passar por casa para trocar de roupa e ir mais à vontade... É certo que cheguei em cima da hora, numa altura em que já estavam a entrar em campo os jogadores e acabei por nem ver o voo imperial da águia Vitória... No entanto, vi o mais importante: uma autêntica chuva de golos, um verdadeiro massacre num jogo de apenas um sentido e que resultou num magnífico resultado de 8-1!!!

Lá estava eu, em plena central na bancada Meo, quase junto à relva na segunda fila, mesmo em frente à linha de meio campo! Que lugar espectacular para ver o jogo! A emoção de festejar cada golo (e foram logo oito!) num ambiente fantástico, um público que entoava cânticos e gritava Benfica! Benfica! Benfica! em uníssono, uma claque que, embora com todos os defeitos e problemas que tem, não se cansou de gritar e aplaudir durante todo o jogo... Um dos momentos mais bonitos talvez tenha sido a longa onda criada e que percorreu quase quatro voltas completas e seguidas ao estádio! Impressionante mesmo!

Mais de quarenta mil espectadores num jogo contra um adversário fraco e já em dias de semana e trabalho... Só este facto implica logo que muita gente não se possa deslocar a Lisboa para ver o jogo, caso contrário a assistência poderia ser ainda maior... E se o adversário for mais desafiante, mais público deverá ter ainda... E se os bons resultados começarem a aparecer, acho que se pode antecipar a melhor média de assistências das últimas épocas!

O bom futebol praticado por esta equipa orientada pelo Jorge Jesus tem dado nas vistas e a diferença relativamente ao do ano passado com o Quique Flores aos comandos é notório... É verdade que houve alguns reforços importantes, como o Saviola ou o Javi Garcia por exemplo, mas o que é certo é que muitos deles já estavam cá o ano passado e o resultado foi o que se viu... E é impressionante ver as alterações na forma de jogar do Aimar, ver um Di Maria que cada vez mais dá nas vistas, um Fábio Coentrão que andava emprestado não sei muito bem porquê e um David Luiz que definitivamente é infinitamente melhor a jogar a central... É verdade que alguns jogadores são um pouco mais velhos, mas quando se repara bem nas idades vê-se muita gente na casa dos vinte e poucos anos... Deixem jogar os miúdos e tratem de garantir que os conseguem manter, porque esta juventude promete!

E já que falei nos treinadores, refiro ainda outro pormenor interessante: todos os treinados da primeira liga são de nacionalidade portuguesa, o que significa que de facto os treinadores portugueses têm bastante qualidade... É verdade que a crise aperta, mas principalmente os três grandes continuam certamente com posses para pagar um estrangeiro... E mesmo os clubes mais pequenos, também me parece que conseguiriam facilmente contratar um qualquer treinador brasileiro a preços mais baixos do que aqueles que pagam actualmente...

Voltando mas é ao que interessa: a forma como são feitos os passes, os ataques, a maior pressão e agressividade, a entrega e a dedicação ao jogo, são suficientes para começar a empolgar os sócios e adeptos... Ninguém se queixou por exemplo da derrota com o Atlético de Madrid na apresentação, já que a exibição foi muito boa...

Só foi pena aquele golo do Setúbal marcado já nos instantes finais do jogo e que estragou um bocadinho a festa... Uma grande desconcentração do David Luiz e do Quim, que permitiram em conjunto que as redes da baliza do Glorioso fossem violadas... No entanto, não crucifico ninguém... Tomara eu que estes dois senhores tivessem a grande desconcentração sempre aos 92 minutos de cada jogo e o resultado final fosse igual ao de hoje! Melhor ainda, até podia ser apenas 2-1, chegava perfeitamente para ganhar!!!

Só é pena virem aí os jogos das selecções nacionais, já que agora o ritmo vai ser um pouco quebrado... Cada vez ligo menos à selecção portuguesa, ainda por cima com o número crescente de jogadores naturalizados que estão a tornar Portugal numa equipa B do Brasil... Na minha opinião a melhor selecção dos últimos anos é sem dúvida a do Euro 2000, orientada por Humberto Coelho e com Figo, Rui Costa, João Pinto, Nuno Gomes, Sérgio Conceição e companhia no seu auge. Estou-me a esquecer da selecção que foi à final do Euro 2004 com Scolari na batuta pensam vocês... Não me esqueci, mas sou da opinião que um dos principais responsáveis por esse sucesso se chama José Mourinho... Essa selecção tinha como grande base os jogadores de uma excelente equipa na altura (é preciso admitir as evidências), o FC Porto, que tinha ganho dois campeonatos, uma UEFA e uma Champions nos últimos dois anos... Assim sendo, não era preciso inventar propriamente muito, certo? Soma-se a isto um Ronaldo endiabrado no ataque e um Ricardo que por acaso andou inspirado na baliza e está tudo mais que resolvido. É só seguir a velha máxima do keep it simple...

Como tal, a minha selecção é aquela para a qual pago cotas, equipa de vermelho e branco e chama-se Benfica! Digo e reforço a ideia de que preferia ver o Benfica campeão europeu uma vez do que Portugal dez vezes campeão do mundo! Era algo que eu trocaria de bom grado! Assim sendo, só espero é que não haja qualquer lesão em jogadores benfiquistas durante esses jogos e de preferência que nem sequer joguem para não haver surpresas... Gosto obviamente que a selecção ganhe, mas o coração bate muito mais forte pelo SLB...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Joelho à Mantorras

Lembram-se do post que escrevi sobre a primeira ida a Sangano, já no longínquo mês de Novembro do ano passado e durante a minha primeira estadia em Angola? Pois é, já se passou algum tempo desde essa ocasião, mas os mais esquecidos podem sempre recordar esse texto aqui. Também os que nessa aventura participaram podem matar as suas saudades e relembrar um fim de semana muito bem passado.

Apesar de ser uma praia que adoro e sem dúvida a minha preferida em terras angolanas até ao momento, guardo uma má recordação dessa praia, que aconteceu precisamente no primeiro dia em que fui até lá, logo no primeiro mergulho que dei naquelas águas agitadas: torci o joelho direito ao sair da água... É talvez a única má recordação que guardo daquele local!

Dores algo intensas na altura, que entretanto foram passando com o tempo, mas que nunca chegaram a desaparecer completamente... Sempre que jogava uma futebolada, sempre que fazia alguma actividade física que envolvesse maior esforço, tão simples como nadar de forma mais prolongada, caminhar em terrenos mais acidentados, andar depressa ou pura e simplesmente fazer um movimento menos normal, lá voltavam as dores para me chatear... Mesmo quando as dores voltavam, nunca foram dores que considerasse insuportáveis mas, ao jogar futebol principalmente, comecei a resguardar-me de movimentos mais bruscos ou exigentes, evitava fazer remates mais violentos e possíveis choques, comecei a jogar com joelho elástico, enfim adoptei uma série de precauções para me proteger um pouco...

Acontece que, após tanto tempo em que os momentos em que tudo parecia estar bem alternavam com os momentos em que algumas dores voltavam, decidi finalmente deixar de ignorar o tema e consultar um ortopedista... Os resultados da consulta não foram propriamente animadores para o meu lado... Após observar o joelho, efectuar algumas massagens ao joelho e efectuar vários movimentos com a perna que implicaram algumas dores, a conclusão inicial a que o médico chegou, sem ter ainda qualquer exame adicional que comprove o seu diagnóstico, foi uma possível rotura do menisco do joelho direito... Até fiquei branco quando o ouvi referir essa possibilidade... Uma coisita aparentemente de nada que aconteceu ao sair do mar e dá num diagnóstico destes? Apetece-me escrever aqui um grande palavrão, mas não o irei fazer de modo a manter algum respeito neste blog...

A ressonância magnética e os dois raios X que vou fazer na terça-feira ao final da tarde podem ter dois efeitos: provocar-me um grande suspiro de alívio caso seja algo bem mais simples ou provocar-me um desânimo de todo o tamanho... Mas pronto, espero pelo menos que surja alguma indicação inicial sobre o resultado dos exames ainda antes de os ir mostrar ao médico numa nova consulta, pelo menos para eu ficar um pouco mais descansado ou, pelo contrário, me ir preparando para o pior...

Caso o problema seja de facto uma rotura do menisco, os meus próximos tempos não se adivinham nada fáceis... Uma rotura do menisco é algo que vai cicatrizando lentamente e, caso seja uma rotura pequena e numa zona em que de facto essa cicatrização ocorra devagar mas sem problemas, o tratamento será conservador: eventualmente alguma fisioterapia e deixar ir cicatrizando por si, evitando fazer esforços. Pelo contrário, se for uma rotura de maiores dimensões ou caso se encontre numa zona em que a cicatrização normal não aconteça, o meu destino é o bloco operatório, ao qual se seguirá certamente um longo período de recuperação...

Resta-me apenas aguardar pelo resultado dos exames, perceber em que estado se encontra este joelho à Mantorras e esperar que não seja nada de grave...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

El Metralha

Se há coisas que eu ganhei desde que entrei para a empresa onde trabalho e, mais concretamente, para o mega projecto em que tenho estado desde então, são alcunhas... Devo ser provavelmente das pessoas, senão mesmo a pessoa, com mais alcunhas no projecto, sendo naturalmente algumas mais engraçadas que outras: seja pelo nome da minha terra que é esquisito, seja pela pronúncia engraçada ao falar, seja por trocadilhos com o nome, seja por características físicas, enfim... Se eventualmente me pedirem para as dizer todas, acho que o mais certo é esquecer-me de alguma(s) e talvez só com a ajuda de toda a gente as consiga reunir todas!

Uma das alcunhas mais recentes e que surgiu devido à minha barba algo serrada foi Metralha. E conciliando isso com o facto de um dos meus nomes ser Barbudo, não foi preciso muito mais... É o que dá ter um chefe bastante divertido! É verdade que, como seria de esperar, de vez em quando também vai dando na cabeça ao pessoal, mas também em muitas ocasiões anima a malta com grande sentido de humor! Eu sei bem a barba que tenho e, se por acaso não a corto um dia de manhã, os efeitos são notórios e percebe-se que houve ali qualquer coisa que falhou: seja preguicite aguda, seja uns minutos a mais de sono que me atrasam, seja outro motivo qualquer, enfim nota-se!

E foi precisamente numa destas ocasiões que surgiu mais esta alcunha, julgo eu num daqueles fins de semana passados em Angola em que foi preciso trabalhar, mas em que o dress code passava de típico business durante a semana para casual... Como tal, também passava a haver tolerância relativamente a barba não cortada, o que fez com que ele se chegasse ao pé de mim a rir e dissesse "Só te falta o número na camisola!... Pareces mesmo um dos metralhas!". E com a continuação dessa brincadeira e da risota geral instalada quando ele se virava e dizia algo do género "Cada vez que olho para ele só me vem um metralha à cabeça...", o nome pegou mesmo de estaca... E agora, basta aparecer um dia de barba por cortar e lá volta o nome à baila novamente...

Mas se quem achava que um ou dois dias sem cortar a barba bastavam para o Metralha ser de novo recordado, sei lá o que vão dizer neste momento... Digo isto porque, aproveitando as férias e o maior período sem trabalhar daí resultante, optei por deixar crescer a barba! Tendo em conta que estou de férias à duas semanas e que a última vez que cortei a barba ainda andava eu a stressar fortemente em Angola por não saber do passaporte, imagine-se qual será o efeito...

El Metralha

El Metralha

Agora sim, trata-se do verdadeiro El Metralha! Se bem que, com tudo isto, provavelmente a alcunha será adaptada e promovida a El Talibã... Vamos ver no que dará e, apesar de ainda não ter decidido se a barba é para manter ou não, uma coisa é mais que certa: até ao final das férias, a barba vai-se manter! Quanto muito será apenas aparada e pronto! É preciso comprovar o nome e a própria alcunha!...