Tinha ido na véspera a um balcão da TAAG na marginal de Luanda com o Gonçalo e com o André tentar confirmar se de facto estava tudo correcto com os nossos bilhetes e o resultado não foi muito animador... A intranet usada pela TAAG estava com imensos problemas e do pouco que se conseguiu saber, os nomes do Gonçalo e do André nem sequer apareciam nos ecrãs dos computadores e o meu nome já nem sequer foi possível verificar porque a rede foi abaixo de vez...
Íamos na mesma para o aeroporto na madrugada seguinte com alguma sensação de insegurança e receio de que pudéssemos não conseguir viajar naquele dia, o que complicaria imenso o nosso regresso a Portugal... Estando com o Natal quase a chegar, havia imensa gente a querer regressar, voos esgotados à imenso tempo, avisos de greve do pessoal de manutenção e hospedeiras da TAP, um caos completo... O medo de que o nosso bilhete tivesse sido vendido a outra pessoa através de um suborno chorudo para garantir viagem era mais que muito, já que infelizmente tudo funciona muito à base de esquemas manhosos e passagens de dinheiro bastante duvidosas...
Chegar ao aeroporto pouco depois das 5 horas da manhã e ver uma fila que atravessava o interior do aeroporto de uma ponta à outra não foi muito animador, mesmo sabendo que o aeroporto de Luanda não é assim tão grande como isso... Sorrateiramente e com a desculpa de que o nosso voo era daí a duas horas, lá fui avançando com o Gonçalo passando à frente daquela gente toda, que com o mesmo medo que nós, tinha ido imenso tempo antes para o aeroporto...
Por esta altura, já o André, que chegou uns minutos antes de nós, tinha passado o primeiro controlo de bilhete sem qualquer problema pelo meio, o que nos deixou um pouco mais descansados... Contudo, quando vejo o Gonçalo à minha frente a demorar mais tempo que o normal no primeiro controlo, comecei a desconfiar que algo não estava como previsto... Vê-lo depois a ser encaminhado para um canto e a pedirem-lhe para esperar um pouco porque não tinham encontrado o nome dele na lista e a dizerem-lhe que ele não tinha bilhete reservado para aquele dia também não ajudou nada... Felizmente, tudo não passou de um susto e tinha apenas havido um engano, acabando por passarmos ambos no controlo sem qualquer outro problema, seguidos pelo Miguel, o nosso último companheiro de viagem, que tinha acabado de chegar...
Passado este primeiro controlo, lá fizemos o check-in, fomos para a fila de controlo de passaportes, depois para a fila de raio-x e finalmente para a nossa porta de embarque... Parecia que era mentira quando finalmente chegámos à porta de embarque... Se tudo tinha corrido bem até ali, já não havia de ser naquela altura que haviam de impedir de seguir viagem... Contudo, pelo sim pelo não, quando chegou a altura de embarque, fomos bem para a frente da fila, não fosse a TAAG ter vendido mais bilhetes que a capacidade do avião e ter que ficar alguém em terra...
E pronto, a primeira parte da viagem passou depressa... Não fazíamos a menor ideia que, no nosso regresso a Portugal, iríamos, além da escala em Cabo Verder, fazer escala também em S. Tomé e Príncipe... Foi portanto com alguma surpresa que ouvimos o Comandante "Kitumba" (se é que é assim que escreve...) desejar a todos, em seu nome, da tripulação e da TAAG uma excelente viagem rumo à Ilha do Sal em Cabo Verde, com escala na ilha de S. Tomé... Os aviões até nem são muito maus e não senti propriamente insegurança por estar a viajar num avião de uma transportadora aérea proibida de sobrevoar o espaço aéreo europeu, mas ainda assim recomendo à TAAG um investimento numas cadeiras um pouco mais confortáveis!
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