terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A traição chamada FEUP...

Este dia conseguiu facilmente transformar-se num dos piores dias da minha vida, senão mesmo o pior. Acho que nunca estive tão desanimado e tão desmotivado como hoje...

No decorrer do processo de estágio, duas empresas tiveram problemas com a faculdade, nomeadamente a Enabler e a Alert, esta última local para onde eu deveria ir estagiar. Estes problemas deveram-se fundamentalmente à realização de uma única proposta genérica para bastantes alunos. Posteriormente, dadas as exigências da FEUP, lá acabaram por dar entrada, já fora de prazo, as propostas individuais para cada projecto a atribuir a cada aluno... Acontece que, dessas propostas, algumas foram rejeitadas pelo júri de avaliação da FEUP e uma das favas calhou-me a mim...

Ou seja, depois de ter dito que não a uma série de propostas que me fizeram e de ter rejeitado amigavelmente ir a algumas entrevista vejo-me, no final do mês, numa situação extremamente delicada já que acabei de ficar sem estágio... Como é que é possível uma coisa destas ter acontecido???

Agora, olhando para a completa desorganização das propostas que estão no SIFEUP, nem sequer consigo perceber quais ainda têm vagas ou não e em que projectos... E olhando com mais atenção ainda, reparo que só há empresas com projectos que não me agradam em nada...

Ao longo das últimas horas, têm-me passado diversas ideias pela cabeça... Desde optar por fazer estágio numa dessas empresas, mesmo não gostando dos projectos que oferecem, a pura e simplesmente congelar a minha matrícula... Pode parecer um bocado radicalismo e "cabeça quente" da minha parte, mas eu pergunto-me se, com todo o esforço realizado ao longo dos últimos anos, valerá a pena ir estagiar já ou se é preferível aguardar mais um semestre...

Outra ideia ainda mais radical é pedir transferência... Sinceramente, ao longo dos últimos tempos, a FEUP têm-me desiludido a cada dia que passa e o meu grau de satisfação para com ela é muito baixo! Sinto-me completamente traído pela casa que me acolheu ao longo dos últimos anos e onde eu passei grande parte do meu tempo... Pior ainda, sinto-me verdadeiramente traído e desrespeitado por uma pessoa que até então julgava estar do meu lado (e dos outros alunos), o próprio director de curso do MIEIC... É absolutamente incrível a forma como abandonou os alunos nesta situação, dando-lhes um valente "pontapé no cu" e chegando ao ponto de expulsar pessoas do seu gabinete... Um pouquinho mais de respeito era bem vindo, não???
Portanto, outra das dúvidas que tenho além do momento de quando estagiar, é o se quero realmente estagiar na qualidade de aluno da FEUP... É incrível como alguma admiração que eu até tinha pela forma como as coisas se passavam nesta Faculdade e como havia alguma coisa realmente diferente das restantes se desvaneceu ao longo de todo o último semestre, não apenas por estas questões relacionadas com o estágio...

Neste momento, a coisa que me mais apetece é desaparecer do Porto e especialmente da FEUP... Estou a começar a chegar aquela fase do gráfico em que os meus valores de tolerância e paciência ultrapassam o limite e se começa tudo a tornar numa relação de ódio... Fugir nunca é a solução, mas não encaro isto como uma fuga: é mais uma alternativa em aberto e que posso explorar até que toda esta minha raiva se acalme...

Toyota Auris

Finalmente arranjei uma viatura! Já estava prometida à algum tempo pelos meus pais e apenas factores económicos mais o facto de eu não ter tirado a carta de condução logo aos 18 anos retardaram esta (grande.. e cara) prenda!

Assim, acabou por ser um misto de prenda de Natal e prenda de conclusão de curso. Prendas destas não é todos os dias e sem dúvida nenhuma que irá dar bastante jeito e acrescentar uns furos bastante consideráveis no que à minha mobilidade diz respeito.

Posso dizer que visitei vários stands automóveis até que, no final, fiquei seriamente indeciso entre o Opel Astra (versão de 3 portas) e o Toyota Auris... Escolha muito díficil mesmo!
Se a favor do Astra estava o design exterior lindíssimo, um motor alemão, maior cilindrada e mais cavalagem, por sua vez estavam contra o preço, a garantia e alguns extras... Acho inconcebível um carro novo apenas ter 2 anos de garantia: dá impressão que a própria marca não confia na qualidade dos seus carros...

No que diz respeito ao Auris, muitos prós: preço, garantia de 5 anos, design estético exterior porreiro (excepto um pouco a traseira...), um interior espectacular e bonito, vários extras e designadas "paneleirices" em relação ao Astra, óptima relação qualidade-preço; quanto aos contras, diria mais o facto de não ter um motor tão potente a nível de cilindrada e de número de cavalos...

Lá acabei por analisar os prós e os contras dos dois detalhadamente e decidi-me pelo Auris. Gosto do carro e aquela diferença a nível de motor não é assim tão significativa quanto isso para já, até porque a minha carta ainda será provisória durante mais algum tempo e as multas também são caras... Mesmo assim, aquilo não anda nada mal e tem uma terceira bem potente!

Para quem não conhece o modelo, aqui ficam umas fotos e o link para o site oficial da Toyota.



segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Recta final de trabalhos

É verdade, o último trabalho também já foi entregue à uns tempos: dia 6 de Janeiro. Foram umas férias de Natal intensivas, com MADS para dia 28 de Dezembro, ERSS e PESI para 4 e 6 de Janeiro, respectivamente. Foi um bocado duro, mas até correu bem.

Metodologias Ágeis fiz sobre Ruby on Rails, nomeadamente sobre como e porque é que o desenvolvimento web com Rails ágil comparativamente a outras tecnologias e linguagens, referindo vantagens e desvantagens sobre a sua utilização. Ficou um artigo em inglês engraçado até, mas ainda não sei a nota de avaliação contínua, apesar de já ter feito o exame final da dita disciplina...

O trabalho de Engenharia de Requisitos foi aquele que mais me motivou durante todo o semestre: aquele projecto de especificação de alto nível da arquitectura de integração de sistemas da Câmara Municipal do Porto foi espectacular e bastante gratificante a nível de experiência / conhecimento / motivação. Aquilo que era inicialmente complexo, acabou por se tornar simples e no final as duas Martas deram-nos os parabéns e disseram que o trabalho estava muito bom.
Isto até chegarmos à apresentação e o professor descascar fortemente em nós porque não queria saber da solução e das nossas capacidades técnicas a resolver problemas para nada... O que ele queria saber era o processo de engenharia de requisitos e não os requisitos concretos em si, porque já sabia que todos nós tínhamos feitos documentos de requisitos para outras disciplinas e que sabíamos seguir normas e standards... Depois de conseguir encontrar uma solução considerada boa, ver alguém assim a bater no nosso trabalho foi fortemente desmotivante...
E pior ainda... Quando fizemos o relatório final, obviamente focámos muito o processo de engenharia de requisitos seguido, ao invés de ter feito o documento de requisitos de acordo com a norma xpto não sei das quantas... Ao que o professor comenta:
Não se percebe porque é que não produziram um documento de requisitos. Fizeram tudo direitinho, aparentemente identificaram e analisaram os requisitos mas depois faltou sistematizar, organizar os requisitos. Não é pelo facto de isto não ser a especificação de um sistema convencional que não se podia documentar os requisitos devidamente. Eles estão de certa forma aqui espalhados neste documento, na descrição do problema e da solução, mas era necessário sistematizá-los e organizá-los detalhadamente. -- AntonioLucasSoares - 23 Jan 2008
Incrível, vá lá alguém perceber o homem... Enfim, procurando por "desmaterialização" + "CMP" no Google, facilmente encontram o nosso trabalho, já que é o primeiro link. Ainda assim, podem clicar para ver o relatório final. Mesmo assim ainda conseguimos ter uma nota boa e vamos em breve fazer uma apresentação à Direcção Municipal de Arquivo.

Finalmente, já que já chega de trabalhos, resta falar de PESI. Já aqui tinha dito que a apresentação do artigo tinha corrido lindamente (20/20 valores) e, do mesmo modo, o trabalho ficou brutal e tivemos grande nota. Pelos vistos, quer a professora Henriqueta quer o Lucas Soares gostaram bastante do nosso trabalho sobre "A Universidade do Porto e o SIGARRA". Além disso, tal como prometido nas entrevistas que fizemos, enviámos uma cópia ao Reitor da UP, José Marques dos Santos, e à Pró-Reitora para a Universidade Digital, Dra. Lígia Ribeiro.

Agora só falta mesmo é saírem as notas finais, mas a avaliar pela forma como correram os exames e pelas notas já conhecidas de avaliação contínua, esperam-se bons resultados.

McKinsey & Company: Business Technology Challenge

Já passou mais de um mês desde que abordei o tema McKinsey, mas como andei um bocado ocupado com trabalhos, entrevistas de estágio, férias na Covilhã, estudar para exames, entre outros e juntando um pouco de desmotivação geral, nunca mais peguei nisto...

Tal como tinha referido num post anterior, fui seleccionado para a segunda fase do processo de recrutamento. Essa entrevista decorreu no Sheraton e eu confesso que saí de lá com um valente nó no cérebro... Duas horas, duas entrevistas consecutivas, ainda por cima à hora de almoço!
A primeira entrevista até correu razoavelmente bem, mas a segunda nem por isso... A senhora conseguiu confundir-me de tal maneira, que fiquei com a cabeça em água: até para fazer operações aritméticas simples, que noutra situação resolveria mentalmente e muito depressa, tive que recorrer ao papel...

Não fiquei com grandes esperanças e, cerca de uma semana depois, recebi a confirmação daquilo que já esperava: não fui seleccionado para a última fase. Não fiquei muito chateado: afinal de contas tinho ido lá quase que "por brincadeira" fazer o primeiro teste e nunca pensei que seria seleccionado para a fase seguinte. Contudo, tentei fazer o melhor que consegui, portanto nada de frustrações.
No entanto, adorei o tratamento que me deram. Mais do que um simples email a dizer "Não foi seleccionado para a próxima fase. Felicidades." (tal como aconteceu com a Enabler WiPro), recebi um telefonema da senhora que me tinha entrevistado na segunda entrevista. A conversa durou quase 15 minutos, onde recebi grande feedback sobre o que tinha corrido bem, o que tinha corrido mal, coisas que eles tinham gostado em mim, coisas que não tinham gostado, etc. Até se deram ao trabalho de me dar umas dicas sobre como me podia preparar para outras entrevistas que tivesse, como melhorar os aspectos menos positivos, e por aí fora. Impecável mesmo! Achei isto mesmo óptimo, já que ter esta noção do ponto de vista deles é algo que considero bastante positivo e construtivo.

Após isto tudo e, mesmo não tendo sido seleccionado para a próxima fase de recrutamento, foi com agradável surpresa que recebi um convite para participar no BTO Challenge em Lisboa, organizado pela McKinsey. Inicialmente gostei da iniciativa, mas depois pensei: vou ter que perder tempo a ir a Lisboa numa altura em que ando bastante ocupado, vou gastar dinheiro em viagens, etc. se calhar é melhor não ir... Isto até que recebi informação que tudo seria suportado por eles e depois de ter confirmado que nessa semana não tinha entregas... E querem-se rir? Viagens Porto-Lisboa e Lisboa-Porto de avião, noite no Hotel Tivoli Tejo (4 estrelas, mesmo junto à Gare do Oriente, em pleno Parque das Nações), almoço no hotel, jantar no Casino de Lisboa e ainda bilhete para espectáculo dos Monty Python versão portuguesa (com o José Pedro Gomes, António Feio, Bruno Nogueira, ...). Assim vale a pena!!!

No evento propriamente dito, participaram apenas alunos seleccionados da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto Superior Técnico de Lisboa, dos cursos de Engenharia Informática e Engenharia Electrotécnica. Divididos em cinco grupos, a competir entre si, cada grupo deveria escolher uma empresa e arranjar alguma coisa verdadeiramente inovadora capaz de diferenciar bastante a empresa da concorrência. A minha equipa não foi a vencedora, mas o evento valeu muito a pena pela experiência e pelo convívio. É para repetir caso seja possível e recomendo vivamente a participação a quem for convidado: não façam como a maior parte do pessoal do Porto, que mesmo convidado e com estas condições todas se recusou a ir ou não deram resposta pura e simplesmente...

Já agora, referência para o pequeno-almoço do dia em que cheguei lá. Dado que a senhora responsável pelos Recursos Humanos não conseguiu marcar lugar no voo que saía do Porto às 7h45, eu, o Certo e o Fernando acabámos por ir no voo das 6h. Obviamente, tivemos que acordar bastante mais cedo e quando chegámos ao hotel às 7h íamos completamente esfomeados. Disseram-nos que não havia problemas e que podíamos comer à vontade... E nós, a pensar que era também à conta da McKinsey, toca de comer... Meu Deus, acordados desde as 3h30, que grande banquete à nossa espera na sala para pequenos-almoços no hotel: frutas, torradas, ovos, bacon, pão, bolos, sumos, chás, café, etc, etc... Quando já de barriga cheia íamos a sair, uma gaja à nossa espera com o talão... 37.5€ os três... Foge!!! Afinal aquilo não estava incluído, porque nós não tínhamos lá dormido nessa noite! O Certo lá assinou aquilo e fomos embora... Quando vamos para sair do hotel no dia seguinte, lá estava a conta à nossa espera: 12.5€ cada um!!! Foi certamente o pequeno-almoço mais caro até hoje, mas também digo uma coisa: foi melhor aquele pequeno-almoço que muitos almoços e jantares pagando o mesmo. Portanto, foi caro e até custou um bocado a pagar... Mas valeu a pena!