sábado, 29 de novembro de 2008

Até ao fim de semana...

Isto está a ficar um bocado agressivo... Face às circunstâncias do projecto, foi pedido à malta de implementação que trabalhasse também ao fim de semana... Até ver, e espero que continue sem piorar ainda mais, será "apenas ao sábado"... Toda a gente vai ter que fazer um esforço adicional para ver se isto não começa a entrar em derrapagem, para ver se pelo menos conseguimos ter o domingo livre para descansar e ir até à praia...

Sem dúvida que custou imenso ir trabalhar ao sábado, especialmente porque estava eu a sair de casa para ir trabalhar ainda antes das 9h da manhã e vejo outro pessoal de fato de banho, t-shirts e havainas, de mochila às costas prontinhos para ir para Sangano novamente...

Não é querer desvalorizar o trabalho de ninguém, mas sem dúvida que o que dá sempre mais chatices num projecto é a fase de implementação... É sempre na implementação que surgem problemas, atrasos, erros, situações não previstas inicialmente nos requisitos, situações previstas nos requisitos mas que face a limitações tecnológicas podem não dar para implementar como pretendido... Enfim, depois claro, é necessário compensar o atraso e pedir para se ir trabalhar também ao sábado. É um entalanço de todo o tamanho mesmo... Já tive que trabalhar num feriado angolano, vou ter que trabalhar nos feriados portugueses porque estou em Angola, já só falta mesmo ter de começar a trabalhar ao domingo para serem sete dias por semana a trabalhar!!

Felizmente, o dress code nestes dias extra é casual e dá para ir de calças de ganga, t-shirt e sapatilhas... Ir de fato e gravata ao sábado seria a morte, já que o ar condicionado não funciona... Se uma pessoa já assim de t-shirt derrete por completo, de gravata seria como naquele dia que eu descrevi à alguns posts atrás...

Pelo menos tive uma boa notícia durante esta semana... Tenho 4 dias de férias para gozar em 2008, falei com o meu manager e já tenho dois dias aprovados, dois na calha em vias de serem aprovados e mais um que já entra nas contas de 2009! Resumindo e concluindo, dia 24 é um dia oferecido pela empresa e depois entro de férias e só volto a trabalhar dia 5 de Janeiro! Vão-me saber pela vida esses dias dessa semana e meia de descanso!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A foto de grupo em Sangano!

Esqueci-me de uma foto bastante importante: a foto de grupo!!! Não estão todas as pessoas na foto, já que no total eram 20 pessoas, mas ainda assim ficou um número considerável na foto.

Da esquerda para a direita: Kátia, eu, Nuno, Tiago, Carolina (à frente), Nuno (atrás), Catarina (atrás), Pedro (à frente), Maria, Eduardo e Daniel.

domingo, 23 de novembro de 2008

O pôr do sol em Sangano

Adorava imenso escrever um bocado sobre o fantástico fim de semana em Sangano, mas a descrição dessa aventura terá que ficar para outro dia... Dado que dois colegas vão abalar amanhã para Portugal, um deles de forma bastante surpreendente, decidimos fazer um jantar de despedida e cheguei a casa à muito pouco tempo... Felizmente já tinha feito o upload das fotos quando cheguei no domingo à tarde, caso contrário estava completamente tramado e o mais provável era adormecer enquanto esperava...

Há muitas coisas para contar, não só do fim de semana em Sangano mas também relativamente às duas mudanças de alojamento que ocorreram na última semana e à aventura do domingo em pleno mercado de Benfica... Mas mesmo assim, embora já seja 1h30 e eu tenha de acordar às 7h, não resisti a vir escrever um post e aguçar um bocadinho o apetite com algumas imagens do pôr do sol em Sangano! Ainda não são as fotos do pôr do sol na baía de Luanda, mas na minha opinião estas conseguem ser ainda mais bonitas devido à naturalidade e ao aspecto paradisíaco da praia de onde foram tiradas! Mas como uma imagem vale mais que mil palavras, então aqui ficam mais de cinco mil palavras...







Esta semana promete ser bastante terrível em trabalho e com prazos que eu considero como muito apertados para cumprir, mas ainda assim vou tentar não deixar acumular posts por escrever... Caso a coisa esteja complicada, já se sabe que as prioridades passam por descansar e trabalhar, e o blog ficará para o fim de semana...

Aventura em Sangano

A ordem natural teria sido escrever este post antes do anterior mas devido a todas as condicionantes que se verificaram acabei por não conseguir. Tudo começou a meio da semana passada quando o Teodoro decidiu por mãos à obra e organizar um fim de semana diferente, fora de Luanda. O local escolhido foi Sangano, que fica situado já um bom bocado a sul de Luanda, junto ao mar, um pouco antes de chegar a Cabo Ledo.

Depois de se efectuar a reserva dos bungalows e de se combinar tudo com os motoristas para nos deixarem ficar os carros, lá fomos nós no sábado de manhã cedinho. Ao chegar a Sangano e depois de sair dos carros e olhar um bocadinho à volta, rapidamente se ficou com a sensação de que o sítio tinha sido muito bem escolhido. Um daqueles destinos muito tranquilos e quase paradisíacos, com inúmeros bungalows mesmo junto a praia (a cerca de 20, 25 metros no máximo do mar), algumas cabanas dispersas pela praia, uma pequena povoação maioritariamente de pescadores... Acho que me habituava depressa a uma vida como a do fim de semana!

Obviamente, todo o fim de semana foi passado na praia, que eu achei consideravelmente mais quente que a praia de S. Jorge na ilha de Luanda... Acho que, mesmo com protectores solar, ninguém escapou a ficar com a pele vermelha ou bastante mais morena, isto para não falar dos valentes escaldões que por exemplo o Moisés e o André apanharam... É que realmente é impossível estar muito tempo ao sol na praia nas horas de maior calor... Até um certo momento sabe bem, mas depois disso torna-se um pouco desagradável...

E com isto tudo, quem tem razão é o Eduardo: quando o pessoal começar a aparecer em Portugal com um bronzeado destes, toda a gente se vai questionar sobre o que nós andamos realmente a fazer em Angola!!! É verdade que durante a semana se trabalha forte e feio, mas no fim de semana a malta também se desforra bem!!!

Mas voltando então à descrição do fim de semana: a praia é espectacular e para mim o único senão foi mesmo a ondulação bastante forte, que tanto arrastava para a costa como para o mar... Em algumas situações chegava mesmo a ser necessário alguma resistência e força para conseguir sair! Algumas ondas que apanhavam uma pessoa desprevenida chegavam mesmo a conseguir enrolar-nos um bocado e a fazer-nos cair! À conta disso ainda chegei a apanhar um susto valente, quando senti o joelho direito torcer um bocadito, quando o pé ficou preso na areia e uma onda me apanhou completamente de surpresa... Ainda me dói ligeiramente, mas acho que não passou tudo de um susto...

Uma coisa que me surpreendeu bastante foram os miúdos locais que por ali andavam... É impressionante como se ainda se consegue encontrar tamanha pureza de espírito em alguns locais e como às vezes basta uma pessoa afastar-se de um meio maior para ser tudo radicalmente diferente... Impressionou-me bastante a forma como nenhum deles nos pediu dinheiro, pedindo-nos antes comida, desde pão, bolachas, pastilhas, sumos e outras coisas às quais nós acedemos de boa vontade. Não acho que tivessem propriamente fome, mas dado que a alimentação deve ser maioritamente à base de peixe e produtos locais, é obviamente natural que desejem e se sintam atraídos pelo nosso tipo de comida mais europeu.
Entre outras coisas, ficavam também super felizes quando nos pediam para os fotografar e depois mostrar-lhes as fotos. Algo que para nós se transformou numa coisa completamente banal, mas que para eles é ainda algo muito novo, como se quisessem mostrar-se ao mundo através daquelas fotos... E quando aparecemos com uma bola de vólei nas mãos, então aí é que foi a loucura! Pediram-nos imediatamente para jogar à bola mas, quando nós lhes demos a bola para as mãos sentiram-se um bocado tímidos e receosos em começar a jogar... Até que alguns de nós nos dividimos em duas equipas, dividimos os miúdos metade para cada equipa e começámos a jogar e na brincadeira com eles. O jogo de futebol rapidamente se transformou numa brincadeira enorme, connosco a andar com eles às cavalitas, a fazer cócegas, a jogar às apanhadas com a bola... Aquele sorriso enorme que imediatamente se apoderou deles foi realmente algo impressionante! Um sorriso lindo e genuíno, que custa um pouco a arrancar aquelas crianças que
têm de facto uma vida muito dura e acabam por não ter a vida de criança que realmente merecem... Dar-lhes assim um pouco de alegria até nos faz sentir melhores enquanto seres humanos... Não é muito, mas para estas crianças é algo extremamente importante e que eles valorizam imenso!

Entre almoço, praia, dormir, futeboladas e vólei assim se chegou a noite. Fomos jantar, fizemos uma mini-festa com direito a fogueira e caminhada pela praia, até que finalmente me decidi ir dormir alguma coisa... Tal como o André e o Moisés, companheiros no mesmo bungalow, recusei-me a dormir lá dentro e preferi levar a toalha para a praia e dormrir debaixo de uma das cabanas... É que sinceramente, entre dormir num sítio quente, com baratas a circular e mosquitos a voar, preferi dormir num sítio com alguns caranguejos... Dormi lindamente, não levei nenhuma ferroada e ainda acabei por levar algumas picadas de mosquitos de certeza absoluta, já que o repelente não se revela completamente eficaz... Quando acordei fui surpreendido, por encontrar o Godinho a dormir numa outra cabana, mas sem qualquer toalha, com a cara cheia de areia e na companhia do Pirata, o cão que desde sábado nos começou a acompanhar e nunca mais nos deixou...

Chegou então a altura do pequeno-almoço, seguida de uma caminhada pela praia, mais uns quantos mergulhos, alguns banhos de sol, até que saí de Sangano na companhia do Moisés, do André e da Maria para irmos até ao mercado de Benfica, já nos arredores de Luanda, comprar algumas recordações... Do mercado não tenho qualquer foto, já que achei extremamente arriscado levar máquina... Não é de ânimo leve que se anda ali por aquele mercado com coisas de valor à vista, portanto foram alguns kuanzas no bolso das calças e nada mais...

E acabo o post com mais algumas fotos tiradas na praia de Sangano. A primeira é a cabana onde eu dormi, a segunda é o bungalow onde era suposto eu ter dormido, a terceira são os dois porcos que apareceram inesperadamente pela praia, a quarta é o António a fazer o pino durante o pôr do sol e a última é uma foto geral da praia, do lado oposto ao pôr do sol.





quinta-feira, 20 de novembro de 2008

As prometidas fotos

Como prometido já à algum tempo, aqui ficam algumas fotos da baía de Luanda tiradas durante a hora de almoço a partir do terraço do meu local de trabalho. Infelizmente, os dias têm sido bastante atarefados e ainda não tive a "lata" de parar de trabalhar por uns momentos para ir tirar umas fotos ao pôr do sol, mas para já cá aqui ficam algumas fotos para adoçar a curiosidade...

As fotos são, respectivamente, da baía de Lunda, da fortaleza e depois duas da chamada zona "Ilha de Luanda", que no fundo no fundo acaba por ser uma península... Ora então digam lá se tenho ou não tenho uma bela vista do meu local de trabalho!

O calor de Angola

Hoje, pela primeira vez a sério, senti o verdadeiro calor de Angola... Pouco passava do meio da manhã quando o ar condicionado da sala avariou, tendo assim permanecido todo o resto do dia... Angola só por si já é um país quente, mas quando se está numa sala com cerca de 30 pessoas, no último piso do edifício e com janelas para o lado de incidência do sol, tudo piora... Ah, e já me esquecia de outra agravante importante: trabalhar de fato e gravata...

A manhã ainda se passou bem, embora com algumas dificuldades, mas o mesmo já não se pode dizer da tarde... Por amor de Deus, a tarde foi um autêntico martírio e o que valeu foram os poucos litros de água que alguém se lembrou de ir comprar durante a hora de almoço... Chegou a um ponto tal em que tive mesmo que parar, porque já nem pensar em condições conseguia!!! Tive que sair um bocado da sala e resguardar-me do outro lado do edifício durante um bocado, não tendo sido nem o primeiro nem o último a fazê-lo...

E baldei-me para o dress code, mas sem qualquer problema... Que digam o que quiserem, estou-me nas tintas, mas antes conseguir trabalhar alguma coisa do que estar ali literalmente a derreter e sem conseguir fazer nada... Gravata para fora, botões do cimo da camisa abertos, mangas arregaçadas até aos cotovelos e pronto, apenas numa situação ligeiramente melhor...

E estas situações só reforçam a minha ideia sobre dress code , ideia esta que já defendo à algum tempo: porquê? Simplesmemte porquê? Porque raio tenho eu de andar a bater código em PL/SQL para tarifação engravatado, ainda por cima num país tão quente? Não faz sentido, não há qualquer tipo de bom senso nisto, caso contrário as regras não continuavam a ser as mesmas....

O que é que eu hei-de fazer quanto a isto? Nada, além de esperar que amanhã o ar condicionado já esteja arranjado... E eu, que nunca fui grande adepto de ar condicionado, estou a implorar vivamente pelo regresso do ar condicionado!!! É que assim, sinceramente, não há condições para trabalhar!!! Mais um dia como o de hoje e a malta começa a desfalecer...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Grande futebolada

Já à imenso tempo que não jogava uma futebolada... Desde os tempos em que estava a estagiar na Qimonda, que já começam a parecer algo distantes, que não tocava numa bola para uma futebolada mais a sério... Mas ontem, o pessoal lá se lembrou de marcar um jogo das 21h às 23h e toca de ir mandar uns pontapés na bola e correr um bocado.

Não me considero propriamente em grande forma, já que desporto nos últimos tempos tem sido algo muito raro... E garanto-vos que depois de um dia de trabalho que começa às 8h e que obriga a acordar às 7h, não é propriamente fácil andar a correr de um lado para o outro durante duas horas, especialmente tendo em conta o calor que se faz sentir em Angola, mesmo à noite...

A futebolada correu bem, embora tivesse de gerir e dosear muito bem o esforço... Houve alturas em que era sempre a dar-lhe de um lado para o outro de uma forma incansável, mas também aconteceu muitas vezes ver os adversários correrem em direcção à minha baliza e eu a andar calmamente... Desta vez não houve lesões, exceptuando uma ou outra queda em alguns dos jogadores, incluindo eu... Por acaso, hoje ainda estou um bocado dorido, especialmente o pulso esquerdo que amparou a queda e que a impediu de ser mais violenta e provocar estragos de maior...

Ah, já me esquecia do resultado final... 8-7 favorável na primeira parte, que foi disputada apenas 4 contra 4... Depois entraram mais reforços, dois dos motoristas angolanos que nos levaram ao campo, e recomeçou tudo a zero... 10-8, desta vez desfavorável... Não se pode ganhar sempre, e o motorista que jogou na equipa adversária parecia o Mantorras... Trapalhão até dizer chega, mas com técnica e sempre a aparecer oportuno quando menos se esperava... Próximo derby: dia 20, quinta-feira!

You're very white... Why don't you go to the beach?

Obviamente, este título não podia estar mais correcto!! Eu até sou um pouco moreno, mas comparativamente aos nativos angolanos tenho, de facto, a pele bastante mais clara... Portanto, já que não se faz grande coisa durante os dias no fim de semana, nada melhor que aproveitar para ir à praia... Mesmo sem fazer grande questão disso, acho que será perfeitamente normal ficar bem bronzeado... Acho que muita gente vai ficar com inveja quando me virem no final de Dezembro com um bronzeado semelhante aquele que a maioria das pessoas apresenta no final de Agosto!

Que maravilha, estas praias de Angola! Encostam o Algarve e o litoral alentejano a um canto com a maior das facilidades... Bastante calor, praias limpas (acho que deve ser praticamente impossível encontrar uma praia imaculada, sem qualquer vestígio de lixo), água quentinha... O que é que se podia querer melhor a nível de praia? É que nem se nota frio ao entrar na água!!!

O último fim de semana já foi maioritariamente passado na praia de S. Jorge, uma das praias que fica situada naquela que é chamada a Ilha de Luanda. Deu para fazer um bocado de tudo, desde jogar vólei, raquetes, muitas braçadas a nadar e uns bons banhos de sol a acompanhar. E se tudo isto já foi bom, melhor vai ser o próximo fim de semana: uma mega excursão de 17 pessoas, todas do projecto, que vão sair bem cedo de Luanda no Sábado de manhã para Sangano e que só vão regressar no Domingo à noite. E dado que o custo é um preço bastante acessível, à que aproveitar o facto de estar em Angola para conhecer um pouquinho deste enorme país em que, segundo parece, basta sair um pouco do redor de Luanda para que se transforme num país mais acolhedor, bonito e seguro. E dado que são tantas pessoas, nem é preciso haver festas para nós próprios podermos fazer a festa! Prometo que depois faço upload das fotos!

sábado, 15 de novembro de 2008

Noite de poker... e de PES 2009!

Depois da jantarada de quinta-feira à noite, em que todas as pessoas envolvidas nas várias áreas do projecto foram jantar ao restaurante Trinca-Espinhas, o dia de ontem foi bastante mais tranquilo. Já andava no ar aquele cheirinho a fim de semana que tão bem sabe e o dia até acabou por passar muito mais depressa.

Curiosamente, e apesar de ser fim de semana, acho que foi a noite em que dormi menos desde que cheguei a Angola! O pessoal começou a combinar um jantar na Casa Verde do Bairro Azul, seguido de um joguinho de poker e um torneio de PES, pelo que acabei por chegar ao hotel às 6h20... E como o pequeno-almoço até é bastante completo e é a única coisa que não se paga, decidi ir aproveitar e comer por volta das 10 e pouco, na espectativa de voltar para o quarto em estado zombie e dormir mais um bocado... Mas entretanto vieram limpar-me o quarto e também estive na conversa com o Ricardo até à bem pouco tempo, pelo que estou aqui como o aço com apenas 4 horinhas de sono! Mas a esta hora também já nem vale a pena dormir...

Mas voltando à noite de ontem... Cheguei ao hotel, tomei um duche ultra rápido, arrumei com o fato e gravata para um cabide e toca de vestir calções e t-shirt e ala para a Casa Azul ter com o pessoal. Ainda fui obrigado a esperar um bocado pelo motorista, que por acaso até é um gajo muito porreiro, e lá fui eu para o Bairro Azul. Gostei bastante da casa e, tendo em conta que daqui a uma semana estarei lá, fiquei bastante contente!

Depois uma bela jantarada em que finalmente se comeu alguma comida caseira (frango assado com arroz), lá se deu início à famosa sessão de poker... 1000 Kuanzas investidos em fichas só mesmo para garantir alguma seriedade ao jogo e impedir as maluquices de ir sempre a jogo com uma mão má e toca de começar a dar cartas... De uma forma resumida, devo dizer que aquilo começou bastante bem e que ao final de 3 rondas devia ter o triplo daquilo que tinha investido... A sorte decidiu depois abandonar-me e fui perdendo tudo isso até ser obrigado a fazer um all in e meter todas as fichas que tinha para a mesa... Felizmente dessa vez voltou a correr bem e pude voltar a respirar bem... Resumindo e concluindo: fiquei com um lucro de 200 Kuanzas positivos o que arredondado foi para zero, ou seja, fiquei na mesma!

Quanto ao PES 2009... Bem, é melhor nem falar muito sobre isto... Meti-me a jogar com uns profissionais daquilo e o melhor resultado foi um 0-0, o pior foi 11-0... Que vergonha mesmo! O que mais custou foi entrar o primeiro, depois uma expulsão ajudou a dar cabo do resto... E os golos foram sucedendo uns atrás dos outros e conjugando tudo isto com duas expulsões adicionais, foi a minha maior derrota de sempre acho eu... Gonçalo, bater no ceguinho não vale... Fogo, que humilhação... Eu assim recuso-me a jogar contra ti...

E pronto, já eram 5h20 da manhã quando fui da Casa Verde para a Casa Amarela do Bairro Azul, infiltrei-me à boleia do Hugo que ia nessa mesma manhã apanhar o avião para Lisboa e regressei ao hotel com o motorista... Foi chegar e ir direitinho para a cama... Caí que nem um prego, nem o alarme do relógio de pulso que me esqueci de desligar me conseguiu acordar!

Estou agora à espera de um telefonema para ir até à praia na ilha de Luanda... Eu já sou relativamente moreno, mas hei-de chegar a Portugal no Natal com um bronze natural invejável! Mas não se preocupem que não vou ficar tipo camarão como o André, que teve a triste ideia de se por a dormir ao sol uma vez e apanhou um escaldão daqueles a sério... Felizmente não me esqueci da toalha de praia nem do protector, mas nunca mais me lembrei de trazer uma mochila... Só hoje é que me lembrei disso e acho que é a primeira coisa que preciso e não tenho...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Baía de Luanda

Já é um bocado tarde e eu ainda agora cheguei ao hotel vindo do jantar mensal pago pelo partner, mas não resisti a vir deixar pelo menos uma foto no blog. Portanto, aqui fica apenas uma das últimas fotos tiradas: a baía de Luanda e parte da marginal, por volta das 22h.

Isto é mais giro de dia e a foto foi tirada do escritório, pelo que vou tentar tirar algumas amanhã, especialmente se conseguir apanhar o momento do pôr do sol, que é lindíssimo!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Primeiro dia em Luanda

Depois da saída do aeroporto, deu-se o primeiro contacto a sério com Luanda. Cerca de 200 metros a caminhar até chegar ao carro que nos ia transportar, sempre colado ao resto do pessoal... O primeiro impacto é, sem dúvida, nada agradável...

O aeroporto fica nos subúrbios da cidade, numa zona muito pobre, e portanto acaba por ser bastante chocante ver logo uma imensa quantidade de pessoas à espera dos passageiros dos voos na esperança de conseguir alguma coisa...

E depois, é ainda necessário contar com a ira de alguns habitantes que, talvez naturalmente e em sequência daquilo que eu falei no post "Petrokuanzas", sentem que estão a ser roubados pelos que vêm para cá trabalhar... Acaba por ser um misto das duas coisas talvez: é verdade que os estrangeiros que vêm para cá trabalhar vêm ganhar dinheiro que é obtido com os recursos angolanos mas, por sua vez, os angolanos também ainda não têm a capacidade e conhecimento que necessitam para se continuarem a desenvolver rapidamente... Eu acho que acaba por ser uma balança equilibrada... Apenas referi a ira dos locais face aos estrangeiros devido a uma situação que presenciei logo à saída do aeroporto: atrás de mim, vinham mais algumas pessoas da empresa, uma delas já com um angolano literalmente atrelado a pedir dinheiro... E quando a pessoa que seguia connosco se apercebeu disso e foi lá resolver o problema, imediatamente o angolano começou a barafustar coisas como "Vêm pra cá e até diamante levam nos dentes quando vão embora, mas não dão nada ao preto!!!"

Mas quanto à pobreza, dá de facto para uma pessoa reflectir bastante: para quem, como eu, já viu no Porto e em Lisboa algumas situações de pobreza e condições nada dignas daquelas que idealmente deveriam ser as consideradas mínimas para qualquer ser humano, bem pode esquecer isso, porque isso não é nada ao fazer a comparação... Aqui, pelo pouco que eu já vi, pode multiplicar-se isso por um número com vários zeros à direita... Aliás, talvez nem se possa comparar sequer...

A viagem do aeroporto até ao hotel foi longa... Não por ser longe, mas devido ao imenso trânsito que se fazia sentir... O IC19, a 2ª circular, a VCI, a Boavista, etc. passam a ser autênticos paraísos do trânsito! Imagine-se uma cidade com a dimensão de Lisboa, por exemplo, onde ninguém respeita sinais e regras de trânsito, onde cada um faz o que bem lhe apetece sem se preocupar muito com os outros, onde as faixas em sentido contrário se transformam em faixas em sentido a nosso favor (se é que se pode falar em faixas), gajos a ultrapassar pela esquerda, pela direita, enfim, é uma autêntica aventura andar de carro!

Durante a viagem, onde existiram dois estados possíveis, parados no trânsito ou a ziguezaguear por entre carros, deu para ver um pouco de tudo: desde casas novinhas até simples barracas, pessoas a dormir pelas ruas, prédios com vários andares inacabados à largos anos completamente habitados, prédios e casas ainda com marcas bem visíveis da guerra em que Angola esteve mergulhada durante anos a fio, carros todos podres a circular... Mas o que mais surpreende é a quantidade de pessoas que se encontram pelas ruas, no meio do trânsito a vender coisas, desde pastilhas, fruta, peças de vestuário, plantas, aparelhos electrodomésticos... Acho que deve ser possível comprar de tudo sem sair do carro, deve bastar procurar no sítio certo!

Chegados ao Hotel Trópico, lá vou eu e o Ricardo fazer check-in na recepção... Estava a correr tudo de uma forma perfeita, até que a surpresa chegou... Ele faz check-in sem problema nenhum mas, quando chegou a minha vez, bati na trave, ou seja, nada feito! Houve um engano com a minha reserva e supostamente eu devia ter entrado no dia 8... Como não entrei, cancelaram a minha reserva 24 horas depois, o que quer dizer que não tinham quarto para mim porque supostamente estavam cheios... Toca de ligar para a senhora responsável pela logística dos alojamentos em Luanda e, depois de algumas chamadas recebidas e efectuadas que me devem ter levado uma boa parte do saldo do telemóvel e depois de cerca de 2h30 a secar na recepção do Hotel, lá consegui finalmente um quarto! Com isto tudo, acabei por não descansar nada de manhã, já que foi tomar um banho, vestir um fato e ir praticamente de directa para o trabalho... Acho que já vai sendo tempo de começarem a dar o dia à malta pra descansar, porque assim acabar por não ser nada produtivo... E também acho que já vai sendo tempo de deixar de obrigar os homens a andarem de fato e gravata (pelo menos a gravata, que asfixia completamente uma pessoa), especialmente em Angola...

Fui almoçar com o Ricardo a um restaurante perto do trabalho e lá fomos nós completamente partidos para o trabalho... Verdade seja dita, não se fez grande coisa... Deu para reencontrar algumas pessoas com quem ja tinha estado, deu para conhecer outras pessoas novas no projecto e também os trabalhadores da empresa, deu ainda para falar de algumas pontas soltas do projecto e pouco mais que isso... Vim para o hotel, tomei banho, vesti uma roupa casual e ala para casa do Godinho, para depois ir jantar... Embora estivesse cansado, acabei por aceitar o desafio de ir jantar com eles a um restaurante na Fortaleza de Luanda: um sítio muito fixe, com uma vista engraçada para a baía de Luanda e onde se come um bife com pimenta muito bom e a um preço acessível em Angola: 3400 kuanzas, o que tendo em conta a qualidade da refeição não foi nada mau.

E pronto, assim se passou o primeiro dia... O resto do pessoal ainda se foi enfiar em duas festas, mas eu acabei por pedir a um deles que ligásse a um motorista para me ir buscar, já que estava cansado e estava mesmo a ver que aquilo ia dar para o tarde... O kizomba fica para uma próxima oportunidade!

Ainda deu para escrever um post quando cheguei ao hotel, testar a internet do hotel, que afinal nem é tal má quanto isso... Se calhar começo a ficar com alguma pena de não ficar aqui a estadia toda e ter de sair daqui já dia 19 de Novembro... Ainda não tive tempo para tirar fotografias decentes, mas deixo-vos a vista que tenho da janela do meu quarto, os famosos Toyota Hiace azuis que servem de táxi e, já agora, o meu quarto também :)

Viagem para Angola

Com o medo de chegar atrasado ao aeroporto, acabei sair de casa bastante cedo, logo após ter submetido o último post, e em boa hora o fiz. Aprendi que confiar na rede de táxis de Lisboa não é absolutamente nada confiável, especialmente quando se tem um compromisso importante, nos quais se inclui chegar a tempo de conseguir apanhar um avião.

Depois de ter ligado algumas vezes para os três número que tenho da rede de táxis de Lisboa, acabei por desistir, agarrar na mala e no portátil e sair de casa em passo muito acelerado em direcção ao Saldanha, na esperança de conseguir apanhar um táxi lá. Tive sorte e ainda não tinha andado muito quando avistei um táxi e imediatamente me preparei para fazer sinal de paragem.

Tive sorte e consegui-me safar depressa. Mas sem dúvida nenhuma que apanhei um susto e fiquei escaldado... Logo na segunda vez em que preciso de chamar um táxi acontecer-me uma coisa destas é um bom indicador para reduzir ainda mais o número de vezes em que possa eventualmente ter de telefonar a pedir um táxi...

Já me tinha acontecido uma situação semelhante no Porto, embora com possíveis consequências muito menos graves... É verdade que dessa vez estava a chover torrencialmente, ainda não havia metro, eu estava de directa e tinha que ir apanhar o autocarro para a Covilhã... Foram quase 30 minutos a ligar para os vários números da rede de táxis do Porto até que desisti e acabei por sair de casa debaixo de um forte temporal para ir apanhar o velhinho autocarro número 79, que acho que já não existe, para os Aliados... Cheguei completamente em cima da hora, encharcado até ao ossos, mas consegui apanhar o dito autocarro! E foi das melhores viagens que já fiz de autocarro, já que molhado e cheio de sono não tardou muito a que eu adormecesse ainda antes de atravessar a ponte D. Luís, só acordando à saída da Central de Camionagem da Guarda... Mas isto fez com que eu perdesse claramente a confiança nos táxis do Porto e, por exemplo, nas vésperas das viagens de avião para França ir passar a noite ao Sá Carneiro... Parece que em Lisboa vou ter que ter os mesmo níveis de preocupação!

Mas pronto, fora este pequeno percalço inconsequente, tudo o resto correu lindamente. Encontrei-me com o Ricardo e com o Nuno no aeroporto, ainda deu para ver um bocado do Sporting-Porto e o voo até acabou por partir a horas, coisa que deve ser raro no aeroporto de Lisboa. Acho que posso afirmar, sem grandes dúvidas, que devemos ter sido as últimas pessoas a deixar a bagagem...

Pelo meio ainda ficou esquecido o saco de chocolates de aparência deliciosa que o Ricardo comprou, mas antes isso do que coisas mais importantes... Quanto ao resto, a viagem foi bastante tranquila... Ler umas revistas e jornais, jantar, conversa para aqui, conversa para ali... Quando demos por ela já passava da 1h30 e decidimos tentar dormir um pouco. Não passou de uma tentativa, já que nenhum de nós conseguiu melhor que dormitar a intervalos espaçados...

Ao sobrevoar a zona envolvente à cidade de Luanda e já a uma altitude capaz de permitir visualizar alguma coisa decente, começaram a formar-se as primeiras impressões: imensos amontoados de barracas e habitações precárias que deixavam antever uma situação de bastante pobreza para a qual eu já vinha um pouco mentalizado... Mas por muito mentalizado que se venha, o choque inicial é absolutamente inevitável!

Depois quanto ao aeroporto em si, nada a ver com nenhum dos aeroportos onde eu já estive... Mais parecia um aerodromo que um aeroporto, muito sinceramente! Mal saí do avião fui imediatamente asfixiado por uma lufada de ar quente brutal! Eram apenas 7h10, hora local (mais uma que em Portugal durante o horário de inverno) e já estava aquele calor completamente abrasador... Acho que nem vou precisar de andar ao sol para chegar a Portugal em Dezembro com um bronzeado invejável: o ar é mais que suficente para isso!

Após a curtíssima viagem de autocarro, lá estava um senhor à nossa espera para agarrar nos passaportes e desaparecer para os ir carimbar enquanto nós preenchíamos o papelinho de entrada no país. Fomos encaminhados para o local de recolha de bagagem e aí um novo filme: dois aviões chegaram praticamente à mesma hora e dois tapetes de recolha de bagagens é sinónimo de confusão para os angolanos: malas do voo que chegara do Rio de Janeiro a virem no tapete identificado como sendo o voo da TAP proveniente de Lisboa e vice-versa... Imagine-se se por acaso eram mais voos naquele instante... É melhor nem pensar nisso!!! E depois o pânico: imenso tempo à espera, cerca de uma hora talvez até as bagagens finalmente aparecerem... Confesso que já estava a temer o pior...

Posteriormente, e para finalizar o post sobre a viagem, resta-me falar pela passagem na alfândega. Quer eu, quer o Ricardo, fomos abordados por um funcionário do aeroporto que nem sequer estava identificado como sendo da polícia alfandegária, para nos passarem a mala num controlo... Ele balbuciou umas palavras que eu nem percebi muito bem, mas que penso que tenham sido qualquer coisa como "não se preocupe... depois paga um café ao chefe..." ou qualquer coisa assim... A verdade é que recolhi a mala novamente sem sequer a ter chegado a abrir para qualquer controlo e saí calmamente para a área de saída do aeroporto sem pagar nada a ninguém... Não percebi nada do que se passou ali...

A viagem fica por aqui e ainda tenho outro post para escrever sobre o primeiro dia, mas vai ficar para amanhã (hoje), porque estou bastante cansado... O que vale é que amanhã é feriado em Angola, o Dia da Independência (salvo erro), e o trabalho vai ser mais light... Eu a pensar que ia ter o feriado para descansar, mas afinal vai ser um dia de algum trabalho na mesma para se sincronizarem os ambientes de Lisboa e Luanda e se colocar já uma parte em produção... O que vale é que é para trabalhar só a partir das 13h!

domingo, 9 de novembro de 2008

Indo eu, indo eu, a caminho de...

... Luanda!
Vou dando novidades na medida do possível e vou actualizando o blog se a internet em Angola assim o permitir; caso contrário, vou tentar escrever alguns posts offline e depois actualizo tudo de uma só vez. Beijinhos e abraços, respectivamente.

Ala para o aeroporto, senão ainda tenho que mudar o título do post!

domingo, 2 de novembro de 2008

Sábado espectacular

Já tinha comentado com alguns amigos que este fim de semana ia ser para me divertir à grande, especialmente no sábado. Foi o último fim de semana em que podia aproveitar um bocado antes de partir para Luanda, já que no próximo estarei provavelmente bastante atarefado a arrumar a mala e a confirmar e reconfirmar que tenho de facto tudo o que preciso e que não me esqueço de nada. Daqui a uma semana, à mesma hora em que escrevo este post, estarei provavelmente no aeroporto da Portela prestes a levantar voo ou, caso os famosos atrasos do aeroporto de Lisboa não se verifiquem, estarei já a alguns pés de altitude...

Voltando então ao sábado... Acordei consideravelmente cedo para aquilo que se considera normal num fim de semana mas, tendo em conta que vinha completamente estourado da semana que tinha terminado e ainda um pouco cansado da viagem, deitei-me cedo e não consegui evitar a rotina de acordar cedo a que já me acostumei... Pouco passava das nove da manhã e já estava eu acordado, mas a preguiça falou mais alto e deixei-me ficar aconchegado nos lençóis e nos muitos cobertores que meti na cama mal cheguei a casa na sexta... Tão bem que sabe estar assim na cama, confortável e quentinho, especialmente sabendo que lá fora estava um frio terrível...

Depois de tomar banho e de tomar o pequeno-almoço, fui tentar cortar o cabelo e arranjar uma bracelete para o meu relógio, mas esqueci-me completamente que era feriado! Quando os feriados são em dias de semana toda a gente dá por eles e fica ansiosa que cheguem... Quando calham num sábado ou num domingo passam completamente despercebidos, conforme foi o caso... Já que não consegui cortar o cabelo nem arranjar o relógio, decidi o facto de já estar na Covilhã e ir visitar os meus avós. E pouco tempo depois de ter chegado lá, recebo uma chamada do primo Jorge a pedir-me para ir comprar umas chouriças e aparecer na quinta do tio João José... Maravilha, mesmo a calhar! Depois de muita insistência da minha avó para lá almoçar, lá me consegui escapulir e ir às compras... Fui visitar a prima Ana e lá fui então às compras e partir a todo o gás para a quinta. Depois daquela barrigada já quase nem tinha fome para ir almoçar mas não é por ser magrinho que não se arranja sempre espaço para mais um bocadinho...

Depois de almoço fui trocar de roupa e ala para a quinta novamente, para o magusto dos mil! O ano passado não consegui arranjar maneira de ir ao magusto, mas desta vez não podia faltar! Aliás, este magusto foi a principal causa de eu ter ficado em Lisboa três semanas seguidas e não ter ido até à Covilhã na semana passada... Mas que magusto de doidos: um convívio muito animado entre família, com castanhas assadas em caruma, jeropiga para regar e... muitas enfarruscadelas, tal como manda a tradição! Foi uma maneira de eu entrar em estágio relativamente à minha ida para terras africanas: a minha cara estava quase completamente preta! Bochechas, queixo, testa, orelhas... A única parte que escapou foi a zona em redor dos olhos, mas isso deveu-se claramente ao facto de usar óculos, já que nem estes conseguiram escapar por completo... Depois desta animação toda, veio a parte pior: conseguir lavar toda a sujidade, especialmente as zonas mais difíceis, como as orelhas, por exemplo. No meio daquilo tudo, acho que a única pessoa que realmente escapou ilesa foi a prima Mafalda... Mas também coitada da miúda, só tem 4 meses, logo há-de chegar o tempo dela ser enfarruscada também!
E para o dia continuar bem, depois de jantar fui ver o espectáculo do Quim Roscas e do Zeca Estacionâncio, aqueles dois moços que apresentam o Tele Rural e que em cada palavra conseguem dizer 5 asneiras... Eu já não me ria tanto à muito tempo! Apesar de já conhecer algumas anedotas e músicas que foram contadas/cantadas, a presença deles em palco e a forma como conseguem improvisar naturalmente é notável, pelo que foram quase duas horas seguidas a rir que nem um perdido! E ver tudo aquilo logo em primeira fila contribui para um ambiente ainda melhor e bastante propenso ao riso. Quer um quer outro, pareceram ser pessoas "impecábeis" e bastante acessíveis, pelo menos atendendo à disponibilidade que demonstraram para dar autógrafos e tirar fotografias com a malta, que são os únicos factores que tenho para poder fazer uma afirmação destas... Uma atitude como esta e ainda por cima vinda de pessoal do Norte acabou por não me espantar muito!
E a nível comparativo, já tinha assistido a um Levanta-te e Ri ao vivo à algum tempo atrás mas sinceramente e na minha modesta opinião, estes dois acabam por ser bem mais divertidos. E digo isto porque a coqueluche do Levanta-te e Ri era sem dúvida nenhuma o Fernando Rocha, que em anedotas sem asneiras deixava muito a desejar. O Quim e o Zeca, contrariamente ao Rocha, têm bastante mais capacidade de improviso, tal como se pode ver pelas músicas e, mesmo sem meter rios de palavrões ao barulho, acabam por ter imensa piada na mesma, conforme se comprova através do Tele Rural, que é de uma pessoa se desmanchar a rir... Definitivamente, para mim eles encostam o Rocha a um canto com uma facilidade tremenda!

De seguida, após o espectáculo e depois da sessão de autógrafos e fotos, fomos até ao pavilhão da Anil. Já nem me lembrava que a semana académica da UBI costuma ser no final de Outubro, mais ou menos na mesma altura da semana de engenharia da FEUP... Mas tive azar com as bandas do sábado à noite: David Fonseca e Rita Redshoes... Enfim, ainda estava na disposição de ir caso o bilhete fosse até 10 euros... E com isto aproveito para deixar uma forte crítica à organização desta semana académica, já que os bilhetes são exageradamente caros: 10 euros estudante, 15 euros não estudante... Cambada de gatunos, chulos e chupistas!!! Vão roubar para outro lado... 15 euros para ver David Fonseca? Mas é que nem pensar nisso! É verdade que dias não são dias e que eu provavelmente até conseguiria infiltrar-me com o cartão de estudante da FEUP do ano passado e dar a desculpa que ainda não tinha recebido o cartão novo... Afinal de contas os meus tempos de estudante não estão assim tão distantes! Mas mesmo que eu conseguisse ter um bilhete mais barato, o resto do pessoal não iria conseguir, portanto desistimos da ideia muito rapidamente e nem sequer considerei ficar...

Qual foi então a brilhante ideia? Regressar ao Dominguizo e ir novamente para a quinta do tio João José assar as chouriças que tinham sobrado... Acender um fogão de aquecimento a lenha e ficar ali ao quentinho a comer chouriça assada na brasa com pão e com bebida a acompanhar foi do melhor... Especialmente tendo em conta o frio que se fazia sentir, absolutamente capaz de fazer uma pessoa bater o dente a sério... Já passava um bom bocado depois das 3 da manhã quando decidimos ir embora para casa e aí sim se fez sentir o frio... Um grau era a temperatura que o meu carro registava e, atendendo à camada de gelo que já se via no tejadilho e nos vidros de muitos carros, ia ser uma noite daquelas bem fresquinhas... O João comprovou isso mesmo quando eu o fui levar até ao sítio onde tinha deixado a viatura dele, já que demorou uns bons 10 minutos até conseguir ter visibilidade suficiente para conseguir andar com o carro em segurança...

E o efeito secundário desta noite foi giro... Dado que na quinta não há grande iluminação, resolvi abrir a tampa do telemóvel para aproveitar a luz deste para poder ver um pouco melhor... Azar dos azares, acabei por não reparar que carreguei no botão de chamada sem querer e fiz uma chamada para a pessoa que estava no topo da lista das últimas chamadas... Acabei por ligar para o Ricardo, a pessoa que tem estado a acompanhar o meu trabalho, às 3 e tal da madrugada! Não faço a mínima ideia quanto tempo deixei o telemóvel fazer a chamada, já que só soube do que tinha acontecido hoje à hora do almoço, depois de receber uma mensagem dele a perguntar o que queria no sábado à noite! Espero pelo menos que ele costume dormir com o telemóvel em silêncio e não o ter acordado...

Tenho que começar a deixar o álcool, caso contrário depois acontecem estas surpresas desagradáveis... Ou então tenho que começar a ter mais cuidado quando uso o telemóvel como lanterna, já que por sinal naquela noite não toquei numa única gota de álcool, mais que não seja porque estava a conduzir e isso para mim é um motivo bastante forte e mais que suficiente para não beber!

Finalmente fim de semana!

Nota: Este post foi escrito na sexta-feira passada, dia 31 de Outubro, algures por volta das 19h15... Por motivos logísticos, foi escrito offline e não o consegui publicar mais cedo.

Ainda bem que é sexta-feira! Estou neste momento em Santa Apolónia dentro de um comboio cujo destino é a Covilhã. Cheguei quase em cima da hora e o que vale é que dá para comprar o bilhete online e como tal já tinha bilhete, caso contrário estava tramado...

Esta semana foi absolutamente terrível... Anseio pela hora de chegar a casa e dormir, dormir, dormir... Tenho a cabeça completamente desfeita hoje... Raramente tenho dor de cabeça mas, com o culminar de uma semana como esta e de um dia destes, nem podia esperar outra coisa... Maldita tarifação de seguros automóvel, que me está a dar cabo da paciência... Depois de uma semana de implementação, esta foi a semana de testes... E mesmo estando quase tudo bem, existem sempre aqueles erros parvos, tal como eu referi no post anterior, cuja solução acaba por ser geralmente bastante simples e óbvia... O problema é que custa sempre imenso a detectar este tipo de erros e só ao fim de uma pessoa bater muito com a cabeça é que parece que eles têm alguma piedade...

Mas o que me chateia mais nem é só isso... É que pelos erros que fui corrigindo ao longo desta semana e pelos vários testes que fiz, os meus problemas com o algoritmo e com a sua implementação parece que já terminaram... O problema agora é o raio da solução core de seguros, que embirra em não fazer as coisas que eu quero e em fazer validações internas quando eu não quero que estas sejam feitas! E o pior de tudo é que o raio do servidor de desenvolvimento anda completamente dinamitado... Qualquer acção que eu faça, quase que dá para fazer uma sesta à espera que aquilo avance... Como tal, a minha produtividade tem vindo a decair consideravelmente ao longo dos últimos dias e atingiu o pico mínimo hoje: aproximadamente zero.

Cheira-me que na segunda-feira a coisa vai correr mal, especialmente se o manager ligar de Angola a perguntar se aquilo está tudo feito e testado... Feito está e testado também está bastante a nível unitário... O problema é que não está ainda integrado da forma como seria suposto os utilizadores finais usarem aquilo... E dado que na segunda-feira era suposto eu começar a trabalhar na tarifação de outro produto que não o automóvel, acho que estou aqui a ficar com algum atraso, o que não é nada bom... Tenho assim um feeling que vou levar um raspanete, mas quando nem eu nem o responsável pelo que estou a fazer conseguimos ter ideias brilhantes sobre como resolver o problema, o que é que eu hei-de fazer? Está bonito isto, está...

Não estivessem duas meninas lá na sala e não fosse um bocado esquisito dizer muitos palavrões em Lisboa e já estava eu a disparar em todas as direcções... Ainda por cima elas são ambas psicólogas e isso incomoda um bocado... Isto faz-me sentir que estou constantemente a ser avaliado a cada movimento, a cada suspiro, a cada olhar, enfim a cada atitude ou comportamento que eu tenha... É uma sensação um pouco estranha e como ainda por cima esta semana eu "transpirei" stress, isso faz-me sentir ainda pior... Parece que uma pessoa fica mais vulnerável!