terça-feira, 11 de novembro de 2008

Viagem para Angola

Com o medo de chegar atrasado ao aeroporto, acabei sair de casa bastante cedo, logo após ter submetido o último post, e em boa hora o fiz. Aprendi que confiar na rede de táxis de Lisboa não é absolutamente nada confiável, especialmente quando se tem um compromisso importante, nos quais se inclui chegar a tempo de conseguir apanhar um avião.

Depois de ter ligado algumas vezes para os três número que tenho da rede de táxis de Lisboa, acabei por desistir, agarrar na mala e no portátil e sair de casa em passo muito acelerado em direcção ao Saldanha, na esperança de conseguir apanhar um táxi lá. Tive sorte e ainda não tinha andado muito quando avistei um táxi e imediatamente me preparei para fazer sinal de paragem.

Tive sorte e consegui-me safar depressa. Mas sem dúvida nenhuma que apanhei um susto e fiquei escaldado... Logo na segunda vez em que preciso de chamar um táxi acontecer-me uma coisa destas é um bom indicador para reduzir ainda mais o número de vezes em que possa eventualmente ter de telefonar a pedir um táxi...

Já me tinha acontecido uma situação semelhante no Porto, embora com possíveis consequências muito menos graves... É verdade que dessa vez estava a chover torrencialmente, ainda não havia metro, eu estava de directa e tinha que ir apanhar o autocarro para a Covilhã... Foram quase 30 minutos a ligar para os vários números da rede de táxis do Porto até que desisti e acabei por sair de casa debaixo de um forte temporal para ir apanhar o velhinho autocarro número 79, que acho que já não existe, para os Aliados... Cheguei completamente em cima da hora, encharcado até ao ossos, mas consegui apanhar o dito autocarro! E foi das melhores viagens que já fiz de autocarro, já que molhado e cheio de sono não tardou muito a que eu adormecesse ainda antes de atravessar a ponte D. Luís, só acordando à saída da Central de Camionagem da Guarda... Mas isto fez com que eu perdesse claramente a confiança nos táxis do Porto e, por exemplo, nas vésperas das viagens de avião para França ir passar a noite ao Sá Carneiro... Parece que em Lisboa vou ter que ter os mesmo níveis de preocupação!

Mas pronto, fora este pequeno percalço inconsequente, tudo o resto correu lindamente. Encontrei-me com o Ricardo e com o Nuno no aeroporto, ainda deu para ver um bocado do Sporting-Porto e o voo até acabou por partir a horas, coisa que deve ser raro no aeroporto de Lisboa. Acho que posso afirmar, sem grandes dúvidas, que devemos ter sido as últimas pessoas a deixar a bagagem...

Pelo meio ainda ficou esquecido o saco de chocolates de aparência deliciosa que o Ricardo comprou, mas antes isso do que coisas mais importantes... Quanto ao resto, a viagem foi bastante tranquila... Ler umas revistas e jornais, jantar, conversa para aqui, conversa para ali... Quando demos por ela já passava da 1h30 e decidimos tentar dormir um pouco. Não passou de uma tentativa, já que nenhum de nós conseguiu melhor que dormitar a intervalos espaçados...

Ao sobrevoar a zona envolvente à cidade de Luanda e já a uma altitude capaz de permitir visualizar alguma coisa decente, começaram a formar-se as primeiras impressões: imensos amontoados de barracas e habitações precárias que deixavam antever uma situação de bastante pobreza para a qual eu já vinha um pouco mentalizado... Mas por muito mentalizado que se venha, o choque inicial é absolutamente inevitável!

Depois quanto ao aeroporto em si, nada a ver com nenhum dos aeroportos onde eu já estive... Mais parecia um aerodromo que um aeroporto, muito sinceramente! Mal saí do avião fui imediatamente asfixiado por uma lufada de ar quente brutal! Eram apenas 7h10, hora local (mais uma que em Portugal durante o horário de inverno) e já estava aquele calor completamente abrasador... Acho que nem vou precisar de andar ao sol para chegar a Portugal em Dezembro com um bronzeado invejável: o ar é mais que suficente para isso!

Após a curtíssima viagem de autocarro, lá estava um senhor à nossa espera para agarrar nos passaportes e desaparecer para os ir carimbar enquanto nós preenchíamos o papelinho de entrada no país. Fomos encaminhados para o local de recolha de bagagem e aí um novo filme: dois aviões chegaram praticamente à mesma hora e dois tapetes de recolha de bagagens é sinónimo de confusão para os angolanos: malas do voo que chegara do Rio de Janeiro a virem no tapete identificado como sendo o voo da TAP proveniente de Lisboa e vice-versa... Imagine-se se por acaso eram mais voos naquele instante... É melhor nem pensar nisso!!! E depois o pânico: imenso tempo à espera, cerca de uma hora talvez até as bagagens finalmente aparecerem... Confesso que já estava a temer o pior...

Posteriormente, e para finalizar o post sobre a viagem, resta-me falar pela passagem na alfândega. Quer eu, quer o Ricardo, fomos abordados por um funcionário do aeroporto que nem sequer estava identificado como sendo da polícia alfandegária, para nos passarem a mala num controlo... Ele balbuciou umas palavras que eu nem percebi muito bem, mas que penso que tenham sido qualquer coisa como "não se preocupe... depois paga um café ao chefe..." ou qualquer coisa assim... A verdade é que recolhi a mala novamente sem sequer a ter chegado a abrir para qualquer controlo e saí calmamente para a área de saída do aeroporto sem pagar nada a ninguém... Não percebi nada do que se passou ali...

A viagem fica por aqui e ainda tenho outro post para escrever sobre o primeiro dia, mas vai ficar para amanhã (hoje), porque estou bastante cansado... O que vale é que amanhã é feriado em Angola, o Dia da Independência (salvo erro), e o trabalho vai ser mais light... Eu a pensar que ia ter o feriado para descansar, mas afinal vai ser um dia de algum trabalho na mesma para se sincronizarem os ambientes de Lisboa e Luanda e se colocar já uma parte em produção... O que vale é que é para trabalhar só a partir das 13h!

1 comentário:

Nanda Assis disse...

uau, que história!

bjosss...