quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Chocalhos Party 2009

Mais um ano, mais uma festa, mais uma ida à pacata aldeia de Alpedrinha para mais uma festa dos Chocalhos! Pequena correcção: aldeia pacata durante quase todo o ano, porque no fim de semana da festa de pacato é que aquilo não tem nada!

Depois de jantar em casa do primo Jorge, começou-se a combinar tudo. O Jorge e o João queriam vir cedo da festa, já que o Jorge ia para Leiria logo de manhã e o João lembrou-se de se inscrever numa prova de bicicletas logo às 8h da manhã de domingo! Há doidos para tudo... A prima Magda e o Bruno começaram-se a negar, o que é mais compreensível ainda, já que ir para uma festa daquelas com uma primita de pouco mais de um ano não é fácil... Mau, eu que até estava com ideias de ficar lá até tarde, já estava a ver o caso mal parado... E quem me conhece sabe perfeitamente que eu normalmente até costumo alinhar nestas coisas e raramente me corto... Quando eu me corto, das duas uma: ou não há companhia que queira alinhar ou então estou mesmo sem disposição nenhuma e nesse caso não vale mesmo a pena insistir muito...

Fumo branco à vista: a prima Ana e o Licínio estavam no mesmo comprimento de onda que eu e ainda se juntou a nós a amiga da Ana, a Telma, que entretanto também apareceu lá pela nossa terrinha. A este grupo de quatro, ainda se juntaram o Jorge, o João, a Bruna e o namorado, bem como mais malta da Covilhã... No entanto, não sei muito bem o que se passou, mas ou é impressão minha ou acho que o ambiente tem andado um bocado para o tenso... Eu tenho andado por Lisboa / Luanda nos últimos tempos, pelo que tenho andado meio desligado, mas já no último jantar a que fui com eles notei ali uns quantos atritos... Mas como não é disso que quero falar, nem seria isso que iria estragar a noite de festa que se adivinhava, adiante...

Um dos grupinhos estava formado e lá segui eu com a Ana, a Telma e o Licínio, o grupo que estava na disposição de ficar até mais tarde, e aí fomos nós A23 fora para percorrer os poucos quilómetros de distância que nos levariam ao outro lado da Serra da Gardunha. Ia tão embrenhado na condução e a ouvir um dos meus CDs preferidos da rainha da pop a alto e bom som, que nem me lembrei que era suposto estar a ser seguido por outro carro de malta conhecida da Telma e da Ana que não sabiam muito bem como chegar até à festa... Ops, só dei por isso quando estava a chegar à entrada dos túneis da Gardunha e tive de diminuir a velocidade para quase metade devido às várias câmaras / radares espalhados pelo túnel... Olhei pelos retrovisores e já só vi tudo escuro, sem qualquer sinal do outro carro que supostamente seguia atrás! Lá tive eu que levantar o pé do acelerador e fazer o resto da viagem com mais calma para lhes dar tempo de se aproximarem de mim novamente...

Ainda não tinha chegado a Alpedrinha e já se via a confusão do costume nesta festa... Carros, carros e mais carros estacionados de um lado e de outro da estrada, pessoas a circular a pé em direcção ao centro da aldeia e uma fila de trânsito ainda grande... Nunca mais vou pela autoestrada! Prefiro subir e descer a serra e não ter que atravessar a aldeia, já que afinal de contas acabei por deixar o carro na extremidade oposta, precisamente aquela que fica mais perto da minha terra e à qual teria ido logo dar se não tivesse pensado que ir pela autoestrada era uma vantagem! Depois de algumas voltas a tentar encontrar um lugar de estacionamento ali perto, acabei por desistir e enfiar-me para umas ruas mais estreitas, mais longe da confusão do centro e com vários lugares livres... Tivemos foi de andar cerca de 15 minutos a pé até chegar aonde queríamos, mas paciência...

A festa deste ano foi mais uma vez muito porreira, tal como a de anos anteriores, e valeu bem a pena: uma grande animação pelas ruas, ambiente tradicional recreado, lojas onde antigamente se guardavam animais para aquecer as casas transformadas maioritariamente em pequenas tascas ou exposições de artesanato, um bom ambiente de convívio. Tínhamos combinado encontrarmo-nos na parte mais alta da aldeia, junto a uma fonte, por ser normalmente uma zona menos frequentada e portanto mais fácil para um encontro entre todos. Mas desta vez saiu-nos o tiro pela culatra: pela primeira vez desde que vou à festa, a organização lembrou-se de ter um concerto no sábado e o local onde tínhamos combinado estava completamente apinhado de gente a ouvir Teresa Salgueiro!

Tivemos de subir ainda mais até ao Palácio do Picadeiro e só aí foi possível fugir à confusão instalada! Passado algum tempo lá nos conseguimos encontrar com o Jorge e com o João e fomos à procura de uma boa tasquinha! E assim começou o rali papper das tascas, mas também com ginja e jeropiga à venda a um preço a variar entre os 50 cêntimos e 1 euro, o que é que se estava à espera? Aquilo só não foi a desgraça completa porque estava a conduzir e como tal controlei-me... Eu até sou um gajo responsável neste tipo de coisas e começando pelo facto de poder ser mandado parar numa operação STOP à saída da festa e ficar sem carta de condução, ter um acidente ou, pior ainda, acontecer algo a mim ou às três pessoas que transportava comigo no carro, o melhor mesmo era ser moderado e foi o que aconteceu! Mas confesso que a jeropiga era desafiante e estava bem boa!

E assim foi até quase às cinco e meia da manhã: percorrer as ruas para trás e para a frente, parando aqui e ali para beber um copo, comer um pão com chouriço ou simplesmente cumprimentar alguém conhecido, sempre num ambiente de grande convívio e descontracção! Ainda por cima encontrei dois grandes amigos meus cuja amizade já vem dos tempos de liceu na Frei Heitor Pinto e ainda deu para combinar por alto uma jantarada para o fim de semana prolongado do 5 de Outubro!

Acho que a única coisa mais desagradável de toda esta noite foi mesmo o frio! Bolas, não ando propriamente habituado a um clima frio e ainda por cima apanhei com um mês de Agosto quente em França e com um início de Setembro igual em Portugal! A meio da noite começou a soprar um raio de um vento frio bastante desagradável, difícil de suportar para quem tem a mania que ainda estamos no auge do Verão, mesmo tendo uma uma camisola vestida como eu tinha... Uma vergonha foi ter-me esquecido da máquina fotográfica em Lisboa e não ter ficado com uma única foto que fosse para recordação!

Chegámos a uma altura por volta das cinco e tal da manhã em que o frio já convidava a entrar dentro de uma das pequenas tascas e ficar por lá abrigado... Juntando a isto o cansaço acumulado da noite, que convidava uma pessoa a sentar-se num qualquer sítio dentro da tasca onde houvesse um encosto, lá decidimos que se calhar estava na altura de ir embora...

Depois de uma valente caminhada até chegar novamente ao carro, lá fomos então a caminho de casa, não sem antes ter dado boleia a um amigo da prima Ana até ao Fundão... Deixei o Licínio em casa, depois a prima Ana e finalmente a Telma junto ao carro dela que estava estacionado perto da casa da primaça. Quer eu quer a Ana estávamos com algum receio em deixá-la ir sozinha: apesar de ela ter bebido alguns copitos de ginja, estava perfeitamente capaz e não tinha grande problemas por aí... Mas ainda tinha meia hora de viagem pela frente até a um fim do mundo chamado Atalaia, o que com o cansaço poderia não correr muito bem... Ela lá acabou por ir à vida dela e às 6h30 já estava a enviar uma mensagem a dizer que tinha chegado bem a casa, pelo que já toda a gente podia dormir descansada e ter direito ao devido descanso!

Depois de uma noitada destas, confesso que mal me deitei me arrependi profundamente de ter combinado ir almoçar a casa da tia Fátima... Fui obrigado a meter o telemóvel a despertar para ter a certeza que acordava e quando o telemóvel tocou ao meio-dia a avisar que estava na hora de acordar nem queria acreditar! Enfim, já tinha dito que ia, tive mesmo que me arrastar para fora da cama e encaminhar-me para um duche a ver se acordava! Foi sem dúvida um belo fim de semana! Chocalhos 2010, para o ano lá tentarei estar novamente!

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