Após a invulgar escolha livre de lugares que se verificou ao entrarmos no avião da TAAG, em que eu fiquei juntamente com o Miguel e com o Gonçalo num banco com 3 lugares, a viagem começou de uma forma relativamente tranquila…
Apesar de qualquer um de nós ter gostado da experiência angolana, experiência na qual eu era o único “caloiro”, acho que todos nós estávamos felizes da vida por saber que estávamos de regresso a Portugal, particularmente numa altura de festas e sabendo que todos nós íamos ter alguns dias de férias. Como tal, julgo que o início da viagem ficou um pouco marcado por este pensamento, como que a saborear e já a antecipar o que se iria passar em Portugal nos próximos tempos… O pior já tinha passado, portanto a ansiedade diminuiu drasticamente e pudemos então começar a apreciar a viagem e a divertimo-nos.
O tema de conversa começou logo por saber qual tinha sido a minha opinião sobre a primeira ida a Angola e, mesmo tendo começado séria, recordando o que tinha corrido bem e o que tinha corrido mal, facilmente derivou para aqueles momentos hilariantes que se verificaram durante esta estadia e outras estadias deles… A juntar à animação que já era grande entre nós, ainda nos fartamos de rir à conta de um angolano que durante toda a viagem se fartou de protestar contra um polícia do aeroporto e que só dizia frases como “eu tenho dinheiro”, “eu não sou burro, a minha mãe pôs-me na escola quando era criança”, entre muitas outras que eu já nem me lembro…
A primeira etapa da viagem, entre Luanda e S. Tomé, passou-se rapidamente já que, além da distância ser relativamente curta e portanto a viagem bastante rápida (cerca de 1h30), ainda nos foi servido o pequeno-almoço… Tendo em conta que todos nós tínhamos acordado bastante cedo, obviamente estávamos já esfomeados e aquela comida serviu para nos manter entretidos durante uns tempos.
Quase nem demos pelo tempo passar e ficamos um pouco surpreendidos quando ouvimos o aviso para apertar os cintos porque íamos iniciar a descida para S. Tomé… Ficámos um pouco mais alerta e a olhar para a janela para tentar vislumbrar o arquipélago à distância mas, dado que isso tardou em acontecer e apenas se via oceano acabámos por desistir de olhar para as janelas…
Continuámos na conversa mais uns instantes até que de repente se sentiu uma guinada mais brusca e o avião a começar a descer mais acentuadamente… Olhámos imediatamente pelas janelas do avião e ficámos absolutamente fascinados com a paisagem: uma ilha cuja zona interior é extremamente verde, com um aspecto claramente tropical e que tipicamente se associa às selvas africanas (pelo menos, na minha opinião). S. Tomé deve ser um daqueles paraísos que ainda não sofreram grandes intervenções humanas, pelo que deve ser um arquipélago extremamente bonito de se visitar. Além disso, olhando para a parte mais exterior da ilha que conseguíamos ver, ficava-se com a clara sensação de que aquilo tinha sido ali montado como cenário paradisíaco para um filme qualquer: areia branca, um mar completamente azul clarinho, corais visíveis até do avião…
Ainda não tentei aprofundar o meu conhecimento sobre S. Tomé e Príncipe, mas conjugando a tranquilidade que o arquipélago aparenta com as possibilidades de exploração e visita às selvas, com aquelas praias que pareciam maravilhosas e com a possibilidade de fazer mergulho num mar como aquele, julgo que S. Tomé deve proporcionar umas férias extraordinárias!
E com isto se passou nova etapa da viagem, com uma chegada tranquila à ilha do Sal, Cabo Verde, uma paisagem em nada comparável aquela que tínhamos visto anteriormente em S. Tomé. Parecia que estávamos a sobrevoar o deserto do Sahara... Só se via areia, terra e pedras... Mas as aventuras em Cabo Verde ficam para a próxima parte, que este post já vai bem longo :)

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