segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Boa escolha ou má escolha? Razoável...

A semana passada, na sequência do Fórum Empresas e, tal como já tinha dito num post anterior, esteve na FEUP um representante da Microsoft, com o objectivo de entrevistar alguns candidatos a futuros estágios em Copenhaga.

Com alguma surpresa, foi enviado um email assim meio à última da hora a pedir currículos em inglês, tendo até o director de curso ficado surpreendido, porque quem tratou de tudo foi a AlumniLEIC e também ele teve conhecimento disto tudo apenas na recta final.

Acontece que se, por um lado, a Microsoft é o sonho a alcançar por muitos engenheiros informáticos, também é verdade que o nome deste gigante assusta um bocado... É verdade que trabalhar num país com o nível de vida da Dinamarca, com aquela cultura nórdica que eu acho fantástica, andar rodeado por aquelas belas dinamarquesa, estar numa empresa de tão grande renome, ganhar um bom salário, enfim... um sem número de coisas boas que são um verdadeiro aliciante para qualquer pessoa! Mas como "não há bela sem senão", o lado negativo consiste em "fugir" da família, dos amigos, ir para um mundo novo bastante mais restritivo, trabalhar forte e feio que nem um escravo, enfim... um também sem número de coisas menos boas. Diga-se que a balança parece estar minimamente equilibrada!

E agora, revelação talvez algo bombástica para muitos, que possivelmente me chamaram de burro e estúpido, que me vão dizer de caras que tomei uma decisão errada... Pois é, não enviei o currículo para a Microsoft... Nem eu, nem cerca de 80 pessoas do meu curso que são finalistas este ano... Segundo me constou de fontes relativamente seguras, apenas cerca de 20 pessoas enviaram os seus currículos conforme pretendido... Estranho não é, como é que é possível não se tentar concorrer para a maior empresa do mundo a nível informático? Falta de auto-estima, falta de ambição... Talvez sim, mas também talvez não... E agora falando da minha opinião: não me considero propriamente preparado para ir directamente para uma empresa deste calibre começar a minha vida profissional. É claro que não diria "não" ao desafio, mas talvez preferisse justificar melhor o mérito de uma eventual chegada a um posto desses.

Isto porque claro, sem querer tirar qualquer mérito às 3 pessoas que foram seleccionadas para entrevista, apenas considero que uma delas tem o perfil que eles procuram: o Quim. É de certeza absoluta das pessoas, se não mesmo a primeira delas, com o melhor currículo do meu ano. E quando digo isto, digo-o sem problemas nenhuns e até nem fiquei muito surpreendido por ele ter sido um dos seleccionados para a entrevista. Já trabalhei algumas vezes com ele e estou em perfeitas condições de afirmar que ele é das pessoas com maior capacidade de trabalho que conheço. E atendendo à vasta experiência profissional que ele tem, acho que foi com naturalidade que foi seleccionado.

Além disso, é a prova de que, contrariamente ao que muitos pensam, a média no nosso curso já não tem o mesmo valor que tinha, e que coisas como a experiência, capacidade de trabalho em equipa, agilidade, facilidade de integração, competências sociais, etc são bastantes mais importantes. Como eu costumo dizer, a média é bastante útil para se poder ter vantagem na escolha das optativas e dos horários...

E de um ponto de vista mais pessoal, aqui ficam os meus motivos para não ter enviado o currículo: primeiro, não tenho grande experiência profissional; segundo, não tenho assim grande média por aí além, apesar de até estar uns furos acima da média geral do curso; terceiro, o meu inglês, particularmente em termos de oralidade, podia ser bem melhor. Pronto, talvez me tenha faltado um bocadinho de auto-estima, confesso... Não me sentia propriamente convicto e confiante para uma entrevista... Seria a primeira entrevista de trabalho e logo com a Microsoft?? Não me parece... Pronto... Medo, falta de auto-estima, de ambição... Chamem-lhe o que quiserem, embora eu não ache que seja propriamente isso... Se há coisa que várias pessoas com quem já trabalhei me foram dizendo ao longo dos tempos, é a minha enorme vontade em trabalhar, o esforço e dedicação que tento colocar sempre naquilo que faço... Portanto acho que seria algo a que me iria habituar, não obstante o facto de poder sentir dificuldades iniciais...

Enfim, mais boas oportunidades hão-de com certeza surgir, pelo que não é por causa disto que vou sentir dificuldades em dormir de agora em diante!

Outra coisa que considero importante: não dou valor apenas a bem materiais, uma boa carreira, muitos zeros à direita na conta do banco, etc. Também considero importante ter tempo para fazer tudo aquilo que gosto, estar com a família, com os amigos, etc. Enfim, de uma forma geral, considero que ter vida própria é também fundamental e é preciso encontrar um equilíbrio, ou seja, desde que já esteja bem na vida, prefiro não trabalhar 13 / 14 horas por dia e sentir-me bem. Comodismo? Falta de ambição? Definitivamente não!!! Diria antes busca da felicidade!!!

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